Quem foi ao açougue em Rio Branco no mês de agosto provavelmente sentiu um frio na espinha — e não era só do freezer. A temida picanha, rainha absoluta dos churrascos, atingiu patamares que fariam até o mais apaixonado carniceiro hesitar.
Segundo o levantamento do Procon Acre, o quilo do corte premium chegou a impressionantes R$ 47,98. Uma fortuna, não? Logo atrás, o não menos desejado filé mignon beirava os R$ 45,98. Parece que a fartura na grelha tem seu preço — e ele não é baixo.
O que explica essa disparada nos preços?
Bom, a equipe do Procon foi a campo entre os dias 19 e 23 de agosto e visitou 11 estabelecimentos. O resultado foi um retrato nítido — e um tanto quanto salgado — do custo de vida no Acre. A verdade é que vários fatores se entrelaçam para criar esse cenário.
Os custos logísticos para trazer a carne até o estado, encargos trabalhistas dos funcionários dos açougues e, claro, a lei básica da oferta e demanda em uma região mais distante dos grandes centros produtores. Tudo isso pesa na hora de fechar o caixa.
E do outro lado da balança?
Nem tudo são más notícias para o bolso do consumidor. Enquanto os cortes nobres decolavam, a alcatra apresentava uma variação de preço mais suave, ficando em torno de R$ 36,98. Uma opção mais em conta, mas ainda assim significativa.
E para quem realmente precisa economizar? A pesquisa apontou que o patinho e o músculo surgem como alternativas mais acessíveis, com valores médios de R$ 29,98 e R$ 26,98 respectivamente. São cortes que, com um bom tempero e uma preparação caprichada, podem render refeições saborosas sem esvaziar a carteira.
Além da carne vermelha
O levantamento não se limitou ao boi. O frango, sempre uma opção popular pelo custo-benefício, também foi monitorado. O quilo do frango resfriado foi encontrado por até R$ 11,98, enquanto o congelado chegou a R$ 10,98. Uma diferença que pode fazer diferença no final do mês.
E os ovos? A bandeja com 30 unidades foi registrada por até R$ 22,98. Um item básico que, somado aos outros, compõe o verdadeiro quebra-cabeça do orçamento familiar.
Um respiro para o consumidor
Diante de números assim, a orientação do Procon é clara: pesquisar nunca foi tão importante. Compare preços, exija a nota fiscal e fique de olho na qualidade dos produtos. Pequenas atitudes podem resultar em economias significativas.
No fim das contas, a realidade dos preços em Rio Branco reflete desafios muito maiores — logística, economia regional, poder de compra. Uma fotografia que vai muito além da vitrine do açougue e revela muito sobre o dia a dia de quem vive no Acre.
