Tarifas de Trump são 'operação de guerra' para frutas brasileiras, alerta Abrafrutas
Tarifas de Trump são "operação de guerra" para frutas brasileiras

O que parecia apenas mais uma manobra comercial se transformou num verdadeiro pesadelo para os produtores de frutas do Brasil. As novas tarifas anunciadas pelo governo Trump — e olha que a gente já viu cada coisa nesses últimos anos — estão sendo chamadas de "operação de guerra" pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

Não é exagero. O setor, que já vinha enfrentando ventos desfavoráveis, agora encara uma tempestade perfeita. "É como se jogassem um balde de água gelada na nossa competitividade", desabafa um produtor de uva do Vale do São Francisco, que prefere não se identificar.

Números que doem

Só pra você ter ideia:

  • O Brasil exportou mais de 1 milhão de toneladas de frutas em 2023
  • Os EUA absorvem cerca de 25% desse total
  • As novas tarifas podem chegar a 35% em alguns produtos

"Isso não é comércio, é canhão apontado", protesta o diretor-executivo da Abrafrutas, enquanto mostra relatórios que parecem prontos para um velório econômico.

Efeito dominó

O pior? A conta não para nas fazendas. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o impacto pode:

  1. Reduzir empregos no campo
  2. Encolher margens já apertadas
  3. Desestimular novos investimentos

Numa região como o Nordeste, onde a fruticultura é vital, a situação chega a ser dramática. "Tá todo mundo com o pé atrás", comenta uma técnica agrícola enquanto inspeciona mangas em Petrolina.

E os consumidores americanos? Bem, eles provavelmente vão sentir no bolso também, já que os preços das frutas tropicais devem subir lá.

Enquanto isso, os produtores brasileiros se veem num jogo de xadrez onde as peças parecem se mover sozinhas. Resta saber se o governo federal — sempre ele — conseguirá negociar alguma saída antes que o estrago seja irreversível.