
Quem diria que o Sul do Brasil, mais conhecido por seus pampas e vinhedos, estaria cultivando um dos cogumelos mais valiosos do mundo? Pois é, o porcini — aquele mesmo que faz os chefs europeus babarem — está se dando bem por essas bandas.
Não é de hoje, mas a cada safra a coisa fica mais séria. Os produtores da região, com aquela paciência de quem entende do riscado, vêm aperfeiçoando as técnicas. E olha que não é moleza — esse fungo chique é bem enjoado com clima e solo.
Do campo aos pratos estrelados
O que começou como uma aposta meio maluca de alguns agricultores virou caso sério. Restaurantes finos do país inteiro estão de olho no porcini brasileiro, que — pasme — não fica nada a dever aos importados.
"Quando mostrei o primeiro lote pra um chef conhecido, ele não acreditou que era daqui", conta um produtor de Santa Catarina, entre uma risada e outra. "Agora ele só quer saber do nosso."
Por que o Sul?
- Clima ameno — esse bichinho gosta de fresquinho
- Solos ricos, daqueles que qualquer planta daria um beijo
- Tradição agrícola que faz diferença na hora do trato
Mas calma lá que não é só jogar na terra e esperar. Os produtores mais experientes — aqueles que já quebraram a cara algumas vezes — desenvolveram métodos próprios. Alguns até guardam segredos como se fossem receita de família.
O futuro é promissor (mas tem desafios)
O mercado está ávido por produtos de qualidade, e o porcini nacional caiu como uma luva. Só que... sempre tem um "só que", né?
A produção ainda é pequena perto da demanda. E convenhamos: competir com os cogumelos italianos — que têm séculos de marketing natural — não é brincadeira. Mas os nossos agricultores, teimosos que só, estão dispostos a encarar o desafio.
"É como plantar uva para vinho fino", compara um especialista. "No começo duvidaram da gente também, e olha no que deu." Quem viver, verá.