Era uma casa comum, dessas que passamos todos os dias sem dar muita bola. Mas por trás das paredes aparentemente normais, na Rua São José, bairro Coroado, Zona Leste de Manaus, acontecia algo que deixaria qualquer um de cabelo em pé. A polícia acabou de desmontar uma fábrica clandestina de bebidas que operava direto da sala de estar.
Dois indivíduos, cujos nomes ainda não foram divulgados, foram pegos com a boca na botija — literalmente. A operação aconteceu nesta sexta-feira (4) e revelou um esquema que, convenhamos, dava um trabalho danado. A casa servia como fábrica, depósito e centro de distribuição, tudo misturado.
O que a polícia encontrou
A lista é tão grande que até assusta. Os agentes apreenderam:
- Mais de 600 garrafas de diversas bebidas alcoólicas — algumas marcas você conhece, outras nem tanto
- Quase 400 litros de drinks prontos, esperando apenas por um comprador desavisado
- Matérias-primas para produzir ainda mais: 380 quilos de açúcar, 200 litros de álcool e 350 litros de fermento
- E o pior: 150 garrafas vazias que seriam reutilizadas, sem a menor condição de higiene
Parece aquela lista de compras de fim de ano, mas com um detalhe macabro: tudo ilegal, tudo perigoso.
O perigo escondido nas garrafas
Você já parou para pensar no que pode estar por trás daquela garrafa bonitinha no mercadinho? Pois é. As bebidas fabricadas nesse esquema não passavam por qualquer tipo de controle sanitário. O álcool usado poderia ser de qualquer procedência — e isso é assustador.
Os suspeitos montaram uma linha de produção caseira que faria qualquer profissional da área tremer. Reutilizavam garrafas sem a devida esterilização, misturavam ingredientes sem medidas precisas e, pasmem, até rótulos falsos estavam no pacote.
O cheiro no local era forte, segundo os policiais — uma mistura de álcool com doce que impregnava o ar. Vizinhos relataram movimento incomum, mas ninguém imaginava a dimensão do que acontecia ali.
As consequências
Os dois envolvidos agora respondem por crime contra as relações de consumo e crime de saúde pública. E olha, as penas não são brandas. Eles estão no Centro de Detenção Provisória de Manaus, esperando o que o judiciário vai decidir.
Mas o verdadeiro perigo vai além das grades. Quantas pessoas já consumiram esses produtos? Quantas podem ter passado mal sem saber o motivo? Essas são perguntas que ficam no ar.
A operação serviu como alerta para um problema que, infelizmente, não é novidade no Brasil. Fábricas clandestinas surgem como cogumelos após a chuva, aproveitando a necessidade e a falta de informação da população.
Fica o conselho: na hora de comprar bebidas, desconfie de preços muito baixos e sempre verifique a procedência. Sua saúde — e até sua vida — podem depender disso.
