Uma revolução silenciosa está acontecendo nas pastagens brasileiras. Produtores rurais estão descobrindo que a cana-de-açúcar, tradicionalmente destinada à produção de etanol e açúcar, pode ser uma alternativa viável e econômica para alimentar o gado.
Economia que chega a 50% nos custos
Os números impressionam: segundo especialistas, a substituição do milho e da soja pela cana-de-açúcar na alimentação animal pode reduzir os custos em até 50%. Em um cenário de preços voláteis dos grãos, essa alternativa se mostra cada vez mais atraente para os pecuaristas.
Como funciona a adaptação?
O processo não é simplesmente oferecer a cana in natura aos animais. Os produtores desenvolveram técnicas específicas para preparar o alimento:
- Picagem: A cana deve ser picada em pedaços pequenos
- Suplementação: É necessário complementar com ureia e outros nutrientes
- Adaptação gradual: Os animais precisam de tempo para se acostumar com a nova dieta
Vantagens além da economia
Além da redução significativa nos custos, a cana-de-açúcar como alimento para o gado oferece outras vantagens importantes:
- Sustentabilidade: Aproveitamento integral da lavoura
- Disponibilidade: A cana pode ser cultivada durante todo o ano em muitas regiões
- Resiliência: Menor dependência da importação de grãos
- Produtividade: Manutenção ou até melhora no ganho de peso do rebanho
Desafios e cuidados necessários
Apesar dos benefícios, os produtores precisam estar atentos a alguns aspectos cruciais para o sucesso da empreitada:
"Não é simplesmente trocar uma alimentação pela outra. É necessário acompanhamento técnico e manejo adequado", alerta um especialista em nutrição animal.
Entre os principais cuidados estão a correta suplementação proteica e mineral, além do monitoramento constante da saúde dos animais durante o período de adaptação.
Futuro promissor
A tendência deve ganhar ainda mais força nos próximos anos, especialmente com o desenvolvimento de novas variedades de cana-de-açúcar específicas para alimentação animal. Pesquisas já estão em andamento para otimizar ainda mais essa prática.
Para os produtores rurais, essa inovação representa não apenas economia imediata, mas também maior autonomia e sustentabilidade em suas operações, fortalecendo a pecuária nacional frente aos desafios do mercado global.
