EUA retiram tarifas de 40% sobre café e carne do Brasil após diálogo
Trump retira tarifas de 40% sobre produtos brasileiros

Fim das sobretaxas abre novo capítulo nas relações comerciais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (20) um decreto que elimina as tarifas adicionais de 40% aplicadas a dezenas de produtos agrícolas e pecuários do Brasil. A decisão representa um alívio imediato para exportadores brasileiros, especialmente dos setores de café e carne bovina.

Produtos beneficiados pela medida

A lista de produtos que terão as tarifas removidas inclui itens que os Estados Unidos não produzem em escala significativa, como café, frutas tropicais (laranja, mamão, manga, açaí), nozes e especiarias. A carne bovina brasileira também está entre os produtos que voltarão a ter acesso competitivo ao mercado americano.

Com esta decisão, todas as tarifas impostas por Trump aos produtos brasileiros em 2025 - 10% em abril e 40% em agosto - foram completamente retiradas. A isenção tem caráter retroativo, valendo para mercadorias que chegaram aos Estados Unidos a partir do dia 13 de novembro.

Contexto das negociações

No decreto presidencial, Trump citou a teleconferência realizada com o presidente brasileiro, Lula, no dia 6 de outubro, como o ponto de partida para as negociações. Segundo a avaliação da equipe americana, houve progresso suficiente nas conversas para justificar o cancelamento das tarifas.

O momento da retroatividade da medida coincide com a visita do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, a Washington, onde se encontrou com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, no dia 13 de novembro.

As negociações entre os dois países continuam em andamento, com o secretário de Estado americano mantendo o monitoramento das circunstâncias de emergência que originalmente levaram à imposição das tarifas.

Repercussão positiva entre exportadores e governo

O Itamaraty emitiu nota comemorando a decisão, destacando que considera ter havido um avanço importante nas relações comerciais entre os dois países. A pasta ressaltou especialmente o caráter retroativo da medida e a menção explícita às negociações com o Brasil.

Luís Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, classificou a notícia como "excelente para o Brasil, que agora passa novamente a ter acesso competitivo ao relevante mercado dos Estados Unidos".

Setores específicos comemoram

Os representantes dos setores diretamente afetados celebraram o que consideram um resultado concreto das negociações diplomáticas:

Marcos Matos, diretor do Conselho dos Exportadores de Café, afirmou que o setor poderá retomar suas atividades no maior mercado mundial com competitividade restaurada.

A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) emitiu nota destacando que "a reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos". A associação também enfatizou a "efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro".

Visão do setor empresarial

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil avaliou que a medida "representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral" e "sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países".

O presidente Lula manifestou sua satisfação com a decisão durante evento em São Paulo na noite desta quinta-feira (20), declarando-se "muito feliz" com a redução das tarifas sobre dezenas de produtos brasileiros.

O desfecho positivo deste capítulo nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos demonstra a importância da diplomacia e do diálogo constante para a resolução de disputas comerciais que afetam setores estratégicos da economia brasileira.