Era pra ser alívio. Um respiro pra quem depende do SUS dos bichos em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Só que a realidade — ah, a realidade — tem dessas ironias: a clínica veterinária pública, construída com dinheiro do contribuinte, virou um elefante branco de quatro patas. Três meses depois da inauguração (ou melhor, da "entrega", entre aspas mesmo), o lugar tá mais fantasma que cemitério de gato.
O que aconteceu? A prefeitura, aquela que adora cortar faixas e tirar foto, simplesmente esqueceu de abrir as portas. Sem equipe, sem insumos, sem explicação convincente. Enquanto isso, os animais — esses que não votam, não reclamam no Twitter — ficam esperando na fila do improviso.
Detalhes que doem
- A obra custou R$ 1,2 milhão (sim, você leu certo)
- Tem até tomógrafo! Mas tá encaixotado, igual presente de Natal atrasado
- Os vizinhos já tão chamando de "museu da vacina antirrábica"
E os responsáveis? Ah, esses sempre têm uma desculpa na manga. "Processo licitatório", "contratação em andamento", o velho blá-blá-blá burocrático que todo mundo já cansou de ouvir. Só não contam pra gente por que diabos não planejaram isso ANTES de gastar uma fortuna.
Enquanto isso, no mundo real...
Cães com tumor, gatos atropelados, donos desesperados — esses não podem esperar o ritmo da máquina pública. Têm que se virar nos 30 em clínicas particulares (quando têm grana) ou assistir impotentes ao sofrimento dos bichanos. Alguém aí lembra que animal também sente dor?
Pergunta que não quer calar: será que se fosse um hospital pra humano — desses que dá voto — tava rolando essa morosidade toda? Fica a dúvida. E o pior? Nem os vereadores parecem muito interessados em cobrar. Afinal, cachorro não faz protesto na Câmara.
