
Quem vive no Rio sabe: a cidade é um organismo vivo, pulsante e cheio de contradições. E agora, um novo plano estratégico promete dar um rumo diferente para os próximos quatro anos. Será que vai funcionar? Vamos destrinchar.
O que tá no papel (e o que pode sair dele)
O tal plano – desses que políticos adoram anunciar com pompa – tem uns números ambiciosos. Falam em reduzir em 30% os tempos de deslocamento (sonho, né?), criar 50 mil vagas de emprego (só acredito vendo) e requalificar 100 áreas verdes (isso, pelo menos, parece factível).
Detalhe curioso: querem implantar um sistema de monitoramento de enchentes em tempo real. Depois do caos de 2023, qualquer coisa nesse sentido já é lucro.
Transporte: O calcanhar-de-aquiles
Ah, o transporte público... Se dependesse das promessas, já estaríamos voando em cápsulas futuristas. Mas o plano fala em:
- Ampliar o VLT (aquele trenzinho que ou você ama ou odeia)
- Criar mais 3 corredores de BRT (preparem-se para mais obras intermináveis)
- Integrar bilhetagem única (só faltavam uns 20 anos pra essa ideia, né?)
Particularmente, acho que o maior desafio vai ser convencer o carioca médio a largar o carro. Boa sorte com isso.
Segurança: O elefante na sala
Aqui entra aquela parte que todo mundo lê com um pé atrás. Prometem:
- Redução de 15% nos homicídios (tomara que seja mais)
- Instalação de 2.000 novas câmeras (Big Brother carioca edition)
- Programas sociais em áreas de conflito (isso sim pode fazer diferença)
Mas vamos combinar? Sem melhorar educação e emprego, é enxugar gelo. E todo mundo sabe disso.
Sustentabilidade ou greenwashing?
O capítulo ambiental tem umas propostas interessantes – se saírem do PowerPoint:
Parques urbanos: Querem criar 5 novos (ótimo, mas vão manter os que já existem?)
Energia limpa: Meta de 20% dos prédios públicos com solar (por que não 50%?)
E o mais polêmico: proibição de plástico descartável até 2027. Vai dar briga com o comércio, pode anotar.
O veredito
No papel, tudo lindo. Na prática? Bom, o carioca já está acostumado a promessas que evaporam como neblina na Lagoa. Mas quem sabe, né? Afinal, como dizia meu avô: "Esperança é a última que morre – e no Rio, ela é teimosa".
Uma coisa é certa: se pelo menos metade disso sair do papel, já será um milagre. E no Rio, até milagres acontecem – de vez em quando.