Parece que a capital do Rio Grande do Norte escorregou feio no quesito saneamento básico. E não foi pouco: Natal despencou 16 posições no ranking nacional que avalia coleta de esgoto, água tratada e outros indicadores essenciais. O tombo deixou a cidade na 67ª colocação entre as 100 maiores do país – uma queda que dá o que pensar.
Os números são do Estudo Ranking do Saneamento Básico, divulgado nesta semana. Enquanto outras cidades avançavam, Natal patinou em questões fundamentais. "É como se estivéssemos andando de lado enquanto os outros correm", comenta um técnico da área que preferiu não se identificar.
Onde está o problema?
Detalhes do relatório mostram que:
- Apenas 78,5% da população tem acesso à água tratada – abaixo da média nacional
- O índice de coleta de esgoto está estagnado há anos
- Perdas na distribuição continuam altas, beirando os 40%
E não, não se trata apenas de números frios. Quem mora em bairros como Felipe Camarão ou Guarapes sabe bem o que significa ficar dias sem água ou conviver com esgoto a céu aberto. "A gente acaba virando especialista em gambiarras", brinca Dona Maria, aposentada de 62 anos, enquanto mostra seu "sistema" caseiro de armazenamento.
O outro lado da moeda
A Caern (Companhia de Águas e Esgotos do RN) alega que "os investimentos estão acontecendo, mas esbarram em desafios geográficos e orçamentários". Será? Enquanto isso, especialistas cobram:
- Mais transparência nos gastos
- Parcerias com a iniciativa privada
- Projetos de conscientização da população
O fato é que, com ou sem justificativas, o resultado está aí. E pior: afeta diretamente a saúde pública e até o turismo – um dos carros-chefes da economia local. Quem vai querer passar férias num lugar onde falta o básico?
Enquanto a discussão segue, moradores fazem das tripas coração. Resta saber se os próximos rankings trarão notícias melhores... ou se Natal continuará escorregando nessa ladeira.
