MP age e Piracicaba recua: Prefeitura perde presidência do Conselho de Meio Ambiente
MP age: Piracicaba altera projeto do Conselho de Meio Ambiente

Em uma reviravolta que ressalta a importância da independência na gestão ambiental, a Prefeitura de Piracicaba foi obrigada a recuar em um projeto que concentraria poder demais em suas mãos. A mudança aconteceu após uma recomendação do Ministério Público de São Paulo, que alertou para os riscos da proposta original.

O que estava previsto no projeto inicial?

O projeto de lei complementar nº 17/2025, de autoria do Executivo municipal, previa inicialmente que o presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) seria o secretário municipal de Meio Ambiente. Essa configuração daria à prefeitura o controle total sobre a direção do colegiado.

A intervenção do Ministério Público

O MP-SP entrou em cena com um alerta importante: a proposta feria o princípio da participação social e contrariava a Lei Federal nº 6.938/1981, que rege a Política Nacional do Meio Ambiente. O órgão lembrou que os conselhos ambientais devem ter "composição paritária entre governo e sociedade civil" e "presidência eleita pelos próprios conselheiros".

A solução encontrada

Diante da pressão legal, a prefeitura aceitou modificar seu próprio projeto. Agora, o texto estabelece que:

  • O presidente do COMDEMA será eleito entre os conselheiros
  • A eleição acontecerá na primeira reunião ordinária de cada ano
  • O mandato será de um ano, permitida uma recondução

Por que essa mudança é importante?

Essa alteração garante a autonomia do conselho frente ao Executivo municipal. O COMDEMA é um espaço essencial para a discussão de políticas ambientais, licenciamentos e fiscalização. Com presidência independente, a sociedade civil ganha mais voz nas decisões que afetam o meio ambiente da cidade.

O caso de Piracicaba serve como exemplo de como o controle social e a atuação do Ministério Público são fundamentais para preservar a democracia ambiental no país. A mudança no projeto mostra que, quando a sociedade se mobiliza e as instituições funcionam, é possível corrigir rumos e fortalecer a participação popular.