
Quem passa pela orla da Praia da Costa, em Vila Velha, já deve ter notado: vários barcos, alguns quase afundando, outros virando casas de ratos e mosquitos, largados como se fossem lixo. Pois é, essa bagunça toda vai ter dono — ou melhor, vai ter multa.
A partir desta semana, a Capitania dos Portos e a prefeitura resolvem botar ordem nesse caos. E olha que não vai ser brincadeira: quem não tirar seu barco abandonado pode ver o bem sendo leiloado ou até destruído. "É questão de segurança pública e ambiental", justifica um fiscal que prefere não se identificar — até porque, convenhamos, dono de barco abandonado não costuma ser gente fina.
O problema que virou paisagem
Não é de hoje que essas embarcações viram problema. Algumas estão lá há anos, enferrujando, soltando óleo na maré, virando até moradia improvisada para sem-teto. Um verdadeiro "cemitério náutico", como dizem os pescadores mais antigos da região.
E os riscos? Ah, são vários:
- Poluição por vazamentos de combustível
- Perigo para banhistas e pequenas embarcações
- Foco de doenças (dengue, leptospirose...)
- Desvalorização da orla — ninguém quer ver essa tralha na praia, né?
Como vai funcionar a fiscalização?
Primeiro, vão identificar todos os barcos abandonados — e acredite, são dezenas. Depois, notificam os donos (se é que ainda existem). Quem não se mexer em 30 dias vai levar multa que pode passar dos R$ 5 mil. E se mesmo assim o sujeito fingir que não é com ele? Xabu total: o barco pode ser removido à força e o dono ainda responde por crime ambiental.
Um detalhe curioso: muitos desses barcos foram abandonados após apreensões por pesca irregular. Ou seja, já começaram a vida náutica no prejuízo. Agora, viram problema de todo mundo.
Moradores aprovam a medida, mas torcem o nariz: "Já viram essa operação antes e os barcos continuam lá", reclama Dona Maria, que vive há 40 anos na orla. Desta vez, prometem que é pra valer — resta saber se vão cumprir.