Representantes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizaram uma visita técnica ao Parque das Águas Dr. Lisandro Carneiro Guimarães, em Caxambu, na manhã desta sexta-feira (28). O objetivo da inspeção foi avaliar as condições da infraestrutura da principal atração turística da cidade, que tem sido alvo de constantes reclamações por parte de moradores e visitantes.
Problemas de infraestrutura no parque
O Parque das Águas de Caxambu enfrenta sérios problemas de conservação que comprometem a experiência dos visitantes. Entre as deficiências identificadas estão duas fontes de águas medicinais completamente secas, banheiros com falta de manutenção e o lago em más condições de conservação.
O espaço, que é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, possui uma área impressionante de 210 mil metros quadrados e conta com um gêiser entre suas atrações. O parque é reconhecido nacionalmente pela beleza natural e pelas propriedades terapêuticas das águas de suas doze fontes.
Cobranças por melhorias
A visita foi solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), membro da Comissão de Administração Pública. A parlamentar afirmou que a Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) tem sido cobrada para realizar as obras de restauração necessárias.
"Já está em planejamento, estamos cobrando cronograma das obras de restauração que serão feitas. Aqui precisa de muita restauração, de manutenção", declarou a deputada durante a visita.
Lei de reconhecimento cultural
Durante a visita, Beatriz Cerqueira fez uma entrega simbólica à Câmara Municipal de Caxambu da Lei 24.793 de 2024. Esta legislação reconhece como de relevante interesse cultural do Estado a coleta e o uso tradicionais das águas hidrogeológicas pela população dos municípios de Cambuquira, Caxambu, Lambari, Conceição do Rio Verde, São Lourenço, Caldas e Poços de Caldas.
Tentativa de privatização fracassada
O Governo de Minas Gerais havia incluído o parque na lista de imóveis que planejava vender para abater a dívida pública, mas posteriormente o retirou da relação. Mais recentemente, o governo estadual abriu licitação para a privatização do parque, mas o processo enfrentou problemas.
Em junho deste ano, a Codemge comunicou que a única empresa que havia cumprido todos os requisitos da concorrência foi inabilitada porque "o atestado de qualificação técnica profissional apresentado pela licitante considerava profissional que, naquela época, ainda estava efetivamente ligada aos quadros da Codemge".
A Companhia esclareceu que não houve fraude no processo licitatório, mas a empresa foi desclassificada porque o atestado como foi apresentado "configuraria infringência dos princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade e probidade administrativa", caracterizando conflito de interesses envolvendo os agentes públicos.
A situação do Parque das Águas de Caxambu continua sendo monitorada pelos representantes da ALMG, que prometem acompanhar de perto a evolução dos trabalhos de recuperação do importante patrimônio turístico e cultural mineiro.