Aparecida quer cobrar taxa de turismo de visitantes: entenda a polêmica
Aparecida quer cobrar taxa de turismo de visitantes

Eis que a prefeitura de Aparecida, aquela mesma que recebe milhões de romeiros todo ano, decidiu abrir um debate que promete esquentar os ânimos. A ideia? Implementar uma taxa de turismo para quem entra na cidade de carro, ônibus ou van. Não é brincadeira não.

O projeto ainda está em fase de estudos, mas já causa arrepios em muita gente. Imagina só: você planeja sua peregrinação anual, junta a família toda no carro e... surpresa! Tem que pagar para entrar na cidade que abriga Nossa Senhora. Parece ironia, mas é a proposta real que está sobre a mesa.

Mas afinal, por que cobrar?

O prefeito Sérgio do Carmo defende a medida com unhas e dentes. Segundo ele, a cidade precisa de recursos para manter a infraestrutura que recebe tanta gente. São mais de 12 milhões de visitantes por ano - número que não para de crescer. E manter ruas, praças, segurança e saneamento não sai barato.

"Não estamos inventando moda", disse o prefeito, meio defensivo. "É uma prática comum em destinos turísticos mundo afora. O dinheiro seria reinvestido na própria cidade, melhorando a experiência de quem vem nos visitar."

Os críticos não engoliram a ideia

Do outro lado, comerciantes e líderes religiosos torcem o nariz. O comércio local teme que a taxa afaste visitantes, especialmente aqueles que vêm regularmente. "Já está tudo tão caro", lamenta Maria das Graças, dona de uma loja de artigos religiosos. "Cobrar para entrar na cidade? Isso vai espantar o povo, tenho certeza."

E tem razão em se preocupar. Muitos romeiros vêm de famílias humildes, que economizam o ano inteiro para a viagem. Qualquer custo adicional pode ser decisivo na hora de escolher o destino.

Os detalhes ainda são nebulosos. Valor da taxa? Isenções? Como vai funcionar na prática? Tudo ainda está sendo discutido. O que se sabe é que a prefeitura quer criar um fundo específico para o turismo, com gestão transparente (ou pelo menos é o que prometem).

O debate promete - e como! Enquanto isso, os mais de 300 mil habitantes de Aparecida acompanham a discussão com interesse misturado com apreensão. Afinal, a cidade vive do turismo, mas também depende dele.

Resta saber se os visitantes vão entender a cobrança como um investimento na cidade ou apenas mais um imposto disfarçado. Como sempre, o diabo está nos detalhes - e no bolso de cada um.