
O clima em Belém está mais quente do que o habitual — e não é só por causa do sol amazônico. O governo do Pará e representantes da rede hoteleira e imobiliária se reuniram nesta segunda (5) para um debate que promete esquentar ainda mais os ânimos: a preparação da cidade para a COP 30.
Afinal, como receber milhares de delegados, jornalistas e ativistas sem deixar o bolso dos visitantes — e dos donos de hotéis — em frangalhos? A resposta parece estar num equilíbrio delicado entre oferta, demanda e... criatividade.
Leitos à vista (mas a que preço?)
Dados não oficiais — aqueles que circulam nos corredores dos hotéis — sugerem que a ocupação média em Belém gira em torno de 60% na alta temporada. Para 2025, a previsão é de que esse número dispare para 90%, talvez mais. E aí?
- Expansão de hotéis existentes (aquela ala esquecida no terceiro andar pode virar ouro)
- Parcerias com pousadas e albergues (sim, até aquela casa da vó na Nazaré está sendo cotada)
- Regulação de preços — porque ninguém quer pagar uma diária de luxo por um quartel
"Temos que evitar o que aconteceu na Rio+20, quando um copo de suco custava R$25", brincou um hoteleiro, meio sério, meio piadista.
O pulo do gato (ou da suíte)
O segredo, segundo fontes do setor, está na "hospitalidade estratégica". Traduzindo: transformar espaços subutilizados em acomodações dignas sem precisar construir torres de vidro do zero. Um exemplo?
Pense nos antigos armazéns do Ver-o-Peso, com aquele charme histórico, recebendo um toque contemporâneo. Ou nos flats empresariais que ficam vazios aos finais de semana. Até aluguel de casas de temporada entra na jogada — desde que regulamentado.
"Não adianta ter leito se o preço for proibitivo", alerta uma consultora do setor. "A COP não é só para diplomatas de primeira classe."
Enquanto isso, o governo promete "incentivos fiscais inteligentes" — expressão que sempre soa bem em discursos, mas que na prática... Bem, isso é conversa para a próxima reunião.