
R$ 487,50 por mês. É isso que o Brasil destina, em média, para cada criança e adolescente. Um valor que mal paga um par de tênis básico ou uma cesta básica simplificada — e que está longe de cobrir necessidades básicas como educação, saúde e proteção social.
Os dados, que beiram o absurdo, vêm de um levantamento recente do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). E olha que a conta inclui tudo: desde merenda escolar até programas de transferência de renda. Parece piada, mas é a realidade nua e crua.
Onde está o dinheiro?
Detalhe preocupante: desse valor, só R$ 136,80 vêm do governo federal. O resto fica por conta de estados e municípios — que, como sabemos, vivem apertados. "É como esperar que um fusca puxe um caminhão carregado", comenta uma economista que prefere não se identificar.
- Educação: R$ 222,70
- Saúde: R$ 118,60
- Assistência social: R$ 51,30
- Outros: R$ 94,90
E tem mais. Ajustando pela inflação, o valor real caiu 9% desde 2016. Enquanto isso, os problemas só aumentam — violência, evasão escolar, desnutrição. Não é preciso ser especialista para ver que a conta não fecha.
E as prioridades?
Para piorar, o orçamento da infância compete com outras rubricas. Só de juros da dívida pública, o governo gasta 12 vezes mais. "É uma escolha política", dispara um ativista dos direitos da criança. "Estamos hipotecando o futuro do país."
Alguns estados se saem melhor — mas a desigualdade regional é brutal. Enquanto no Distrito Federal o valor per capita chega a R$ 1.012, em Alagoas não passa de R$ 281. Uma diferença que dói na prática.
E agora?
Especialistas sugerem medidas urgentes:
- Criar um piso nacional de investimento por criança
- Priorizar o tema no Orçamento da União
- Melhorar a fiscalização do gasto
Enquanto isso, milhões de pequenos brasileiros seguem esperando. Afinal, como dizem por aí, "o futuro a Deus pertence" — mas o presente deveria ser nossa responsabilidade.