
Imagine só: uma sexta-feira comum, aula de matemática no terceiro ano, giz na mão e — pum! — a diretoria aparece com um envelope lacrado. "É pra você, dona Marli", disseram com aquele sorriso de quem sabe mais do que tá dizendo. A professora, toda desconfiada — porque professor já nasce com radar de surpresa furada —, abriu devagarzinho. E então...
O que tinha dentro?
Nada mais, nada menos que uma carta assinada pelo próprio Papa Leão XIV! Sim, o sumo pontífice mandou um recado especial pra essa educadora de Joinville que, diga-se de passagem, nem sonhava com tamanha honra. Junto vinha um terço bento e uma imagem de Nossa Senhora — detalhe: com dedicatória personalizada.
"Quase caí pra trás", confessou Marli aos colegas depois, ainda com as mãos tremendo. "Pensei que fosse alguma pegadinha dos alunos, mas quando vi o selo do Vaticano..." A voz sumiu. Lágrimas escorreram. Até o zelador, seu Ademar — homem durão de 60 anos —, ficou com os olhos marejados.
Mas por que ela?
Eis a cereja do bolo: tudo começou com um projeto escolar sobre solidariedade intergeracional. Os alunos de dona Marli organizaram cartas para idosos em asilos — atividade simples, né? Só que uma dessas cartinhas, escrita pela pequena Laura, 8 anos, acabou parando... nas mãos do Papa! Como? Mistério. O fato é que ele se comoveu com a iniciativa e resolveu premiar a mentora do projeto.
"Nunca imaginei que meu trabalho fosse visto assim, tão longe...", suspirou a professora, enquanto arrumava as cadeiras da sala — hábito automático mesmo no dia mais extraordinário da sua carreira. A escola inteira ficou em polvorosa. Até a prefeitura marcou homenagem. E os alunos? Ah, esses agora se acham os "embaixadores do Vaticano mirins".
Detalhe curioso: o terço veio com uma pequena mancha de tinta roxa — "sinal de que foi usado mesmo lá na Santa Sé", assegurou o padre local, entre risos. Coisas que só acontecem no interior...