
Não é todo dia que um líder religioso acende um pavio de críticas com poucas palavras. Mas Edir Macedo, dono de um talento peculiar para polarizar opiniões, conseguiu de novo. Dessa vez, o assunto é delicado: a morte do pastor Anderson do Carmo, da Igreja Universal, em um acidente de carro no Rio.
"Deus não erra", soltou Macedo, como quem joga uma pedra num lago tranquilo. E as ondas? Ah, essas se espalharam rápido. Nas redes sociais, o comentário foi visto como frio, desrespeitoso — quase um "azarento" divino disfarçado de piedade.
O tom que pegou mal
Não é que o bispo tenha dito algo tecnicamente errado. Mas convenhamos: timing é tudo. A família ainda chorava a perda de um homem de 33 anos, pai de três filhos, quando a fala ecoou. "Parecia um roteiro de novela das nove, só que sem a sensibilidade", comentou um internauta.
Detalhe curioso: Anderson não era qualquer pastor. Líder de um templo em São Gonçalo, ele tinha histórico de ajudar comunidades carentes. Justo por isso, a reação foi ainda mais intensa. "Quando a formiga trabalha e o elefante pisa, alguém ainda diz 'Deus quis'?", questionou uma seguidora no Twitter.
Os dois lados da moeda
Claro, há quem defenda Macedo. "Ele só falou uma verdade bíblica", argumentou um fiel. Mas até entre religiosos a divisão ficou clara. Um padre católico chegou a postar: "Teologia não é carta branca para falta de tato".
O que fica? Bom, além do óbvio debate sobre empatia versus dogma, o caso escancara um fenômeno atual: a pressão por respostas rápidas — mesmo em momentos que pedem silêncio. Nas palavras de uma psicóloga ouvida pela reportagem: "Luto não combina com soundbite".