Arlindo Cruz, ícone do samba, deixa legado eterno ao partir no Rio
Arlindo Cruz, rei do samba, morre no Rio

O Rio de Janeiro acordou mais triste nesta sexta-feira. Arlindo Cruz — não apenas um nome, mas um sinônimo de samba autêntico — partiu aos 66 anos. O coração do artista, que batia no mesmo ritmo dos tamborins, parou de repente, deixando um vazio nas rodas de samba da cidade.

Quem nunca se emocionou com "Obrigado, Meu Deus" ou balançou ao som de "Meu Lugar"? Cruz não era só um compositor; era um contador de histórias que transformava dor em poesia e alegria em batidas inesquecíveis.

Um legado que resiste ao tempo

Nascido no subúrbio carioca, ele começou cedo — tão cedo que mal sabia que um dia seria lenda. Do Fundo de Quintal aos palcos internacionais, sua voz rouca e letras cheias de ginga conquistaram até quem dizia não gostar de samba.

  • Mais de 40 anos de carreira
  • Hits que viraram hinos de Carnaval
  • Parcerias históricas com Zeca Pagodinho e Jorge Aragão

"Ele tinha um dom raro", diz Dona Maria, 72 anos, fã desde os tempos de Cacique de Ramos. "Quando cantava, parecia que falava direto com a alma da gente."

O adeus do samba

Nas redes sociais, a comoção foi instantânea. De anônimos a celebridades, todos lembravam suas músicas — aquelas que embalaram amores, festas e até momentos difíceis. Até o prefeito do Rio declarou luto oficial por três dias.

O corpo será velado no Teatro Municipal, ironicamente no mesmo palco onde, em 2019, ele recebeu o prêmio de maior contribuição à cultura carioca. O samba perdeu hoje não só um artista, mas um pedaço de sua essência.

Mas como dizem os mais velhos na roda: "Quem canta seus males espanta". E Arlindo? Esse vai continuar espantando tristezas por séculos.