Quem estava lá nunca esqueceu. E quem não estava ainda hoje ouve os relatos com um misto de inveja e admiração. Arlindo Cruz não fez apenas um show para a torcida do Flamengo — ele incendiou o lugar com seu samba cheio de gingado e emoção.
Octavio Guedes, conhecido por não ser muito de exageros, não hesita: "Foi um espetáculo ambulante. O cara chegou, botou pra quebrar, e a galera simplesmente pirou." E não era pra menos. O repertório? Uma seleção de clássicos que ecoavam como hinos na voz do mestre.
O clima daquela noite
Imagine só: um mar de camisas rubro-negras, o cheiro de cerveja fresca no ar, e aquele frio na barriga que só um jogo importante — ou um show histórico — consegue provocar. Arlindo, como sempre, de poucas palavras e muitos acordes.
E o que dizer da plateia? "Parecia que todo mundo ali sabia cada letra, cada pausa, cada respiro da música", conta Guedes, ainda impressionado. Não era um público, era uma família unida pelo mesmo ritmo.
Detalhes que ficaram
- A surpresa quando Arlindo puxou um samba-enredo antigo, quase esquecido;
- O momento em que o cantor improvisou uma letra sobre o Flamengo — a torcida veio abaixo;
- E claro, aquela foto icônica dele abraçado com os jogadores depois do show, todo mundo suado e sorridente.
Ah, e tem mais: dizem que até os seguranças, normalmente impassíveis, balançavam o corpo discretamente. Quando o samba é bom, né?
Passados alguns anos, o que ficou? Além das lembranças vívidas, uma certeza: shows como aquele não se repetem. Ou melhor, até podem, mas nunca com a mesma magia da primeira vez. Arlindo Cruz, como sempre, soube capturar a alma da torcida e transformá-la em música.
