
O jornalismo brasileiro perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. José Roberto Guzzo, que por anos esteve à frente da redação da revista Veja, partiu aos 75 anos — e o que fica é a sensação de que o país ficou um pouco mais sem graça sem sua presença.
Nascido em São Paulo, Guzzo não era apenas um editor. Era um contador de histórias, daqueles que transformam notícias em narrativas que grudam na memória. Quem trabalhou com ele sabe: o homem tinha um faro apurado para o que realmente importava.
Uma carreira que inspira
Começou cedo, nos anos 70, e rapidamente mostrou que tinha o que era preciso. Passou por redações como O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde antes de assumir o posto que o consagraria: diretor de redação da Veja entre 2001 e 2003.
Não foi um período fácil — a imprensa vivia uma transformação radical — mas Guzzo navegou essas águas turbulentas com a maestria de quem entende que jornalismo é, antes de tudo, sobre pessoas.
O legado que permanece
Quem teve o privilégio de trabalhar ao seu lado fala de um profissional exigente, mas justo. "Ele tinha essa coisa rara de equilibrar rigor jornalístico com humanidade", contou um ex-colega, preferindo não se identificar. "Nos fazia pensar três vezes antes de publicar qualquer coisa."
Nos últimos anos, mesmo afastado das redações, Guzzo continuou a opinar sobre o cenário político e midiático — sempre com aquela ironia fina que era sua marca registrada. Seus textos eram como ele: diretos, sem rodeios, mas cheios de camadas para quem soubesse ler entre linhas.
A causa da morte não foi divulgada pela família, que pediu privacidade neste momento de luto. O velório acontecerá em São Paulo, cidade que Guzzo tanto amou e retratou em suas reportagens.
O jornalismo brasileiro está de luto. E, convenhamos, está um pouco mais sem graça sem ele.