
Não é todo dia que a alegria pousa no quintal de quem mora longe do asfalto. Mas neste sábado (9), o projeto Voa Maracanã desembarca na zona rural de São Luís com uma missão: colorir o cotidiano de quem vive onde o sinal de internet falha mais que a luz.
Das 9h às 16h, o povoado Maracanã — sim, o mesmo nome do estádio carioca, mas aqui só tem galinha solta no campo — vira palco de uma verdadeira revolução cultural. E o melhor? Tudo de graça, feito por quem entende que cultura não é luxo, é direito.
O que rola no evento?
- Oficinas criativas que transformam sucata em arte (e autoestima)
- Contação de histórias que fazem até vovô esquecer o reumatismo
- Atendimento social — porque cidadania também se mede pela quantidade de documentos em ordem
- Apresentações musicais que prometem botar até o pé de jerimum pra dançar
"A gente quer quebrar esse negócio de que cultura é coisa de cidade grande", diz Maria do Socorro, uma das organizadoras, enquanto arruma os últimos detalhes. Ela sabe do que fala: mora há 20 anos no povoado e já viu mais de um projeto passar como vento — rápido e sem deixar raiz.
Por que isso importa?
Num país onde o acesso à cultura ainda parece privilégio de quem tem CEP chique, iniciativas como essa são como chuva no sertão. Não resolvem tudo, mas fazem a poeira assentar e deixam esperança brotando. E olha que nem estamos falando de grana milionária — é gente comum fazendo acontecer com o que tem.
Quem passar por lá ainda leva para casa algo que não tem preço: a certeza de que arte e cultura não são artigos de luxo, mas ferramentas para transformar realidades. E no final do dia, quando o sol se puser atrás dos coqueiros, o que vai ficar não são só as fotos no celular, mas a memória de um dia diferente na rotina de quem costuma ser invisível até para os mapas.