
Não foi só o frio da serra que arrepiou o público na noite desta terça-feira (16) em Nova Friburgo. O Trio Oré — aqueles três caras que botam fogo em qualquer palco — acendeu o Festival de Inverno 2024 com uma homenagem que misturou saudade, orgulho e muita emoção. O alvo? Ninguém menos que Waldemar Henrique, o gênio por trás de canções que são quase patrimônio nacional.
Quem estava lá garante: parecia que o próprio Waldemar tinha assinado embaixo do repertório. "Carinhoso", "Meu Barco é de Madeira" e outros clássicos ganharam cores novas — mas sem perder a alma antiga que todo mundo conhece. E olha que não foi fácil, hein? Misturar o regionalismo amazônico do compositor com o estilo único do trio exigiu malabarismos musicais de deixar qualquer um de queixo caído.
Um encontro de gerações
O mais bonito? Ver os jovens — que provavelmente só conheciam Waldemar por nome — cantando junto as melodias que embalaram seus avós. "É isso que a gente quer", confessou um dos integrantes do trio depois do show, ainda com a voz embargada. "Que a música boa não tenha data de validade."
E não pense que ficou só no saudosismo. O Trio Oré deu um tempero contemporâneo às canções, com arranjos que iam do intimista ao grandioso, às vezes na mesma música. Quem nunca viu um pandeiro ser tratado como instrumento sinfônico, teve a chance ali.
Festival aquece o inverno serrano
O show fez parte da programação do Festival de Inverno, que tá transformando Nova Friburgo no point cultural da região. E se depender da recepção do público — lotação esgotada, gente até em pé — a cidade acertou em cheio na escolha do tributo.
Ah, e pra quem perdeu? Fica a dica: o Trio promete levar esse espetáculo pra outras cidades. Mas difícil vai ser reproduzir a magia daquela noite fria de julho, onde a música esquentou corações e reacendeu memórias.