
Era pra ser um dia de luto, mas se transformou numa celebração de vida. Na tarde desta quarta-feira (27), o Pará se despediu de uma de suas maiores figuras culturais – e que despedida! O velório de Mestre Damasceno, acontecido em Belém, foi tudo menos convencional.
Imagine só: instead de silêncio e preceitos tradicionais, o ambiente foi tomado pelos ritmos contagiantes do boi-bumbá. As batidas dos tambores ecoavam como se o próprio coração da Amazônia estivesse pulsando em homenagem ao mestre.
Mas o momento mais arrepiante – e olha que foram vários – foi quando todos ouviram pela primeira vez uma composição inédita do próprio Damasceno. A letra, gravada especialmente para este momento, dizia: "Já está na hora de eu me regressar". Não dá pra negar: arrepios totais.
Um Legado Que Ecoa Além da Vida
Mestre Damasceno não era qualquer um. Figura seminal na cultura popular paraense, ele dedicou décadas à preservação e divulgação das tradições locais. Seu conhecimento sobre o boi-bumbá era enciclopédico, mas sua paixão era contagiante – do tipo que pegava até quem nunca tinha ouvido falar da manifestação cultural.
O que mais impressiona? Ele previu sua própria despedida. Sim, você leu direito. A música inédita foi composta especificamente para este momento, como um último presente aos que ficaram. Que presente, hein?
O Ritual da Despedida
O velório seguiu ritos que misturavam o tradicional e o singularmente pessoal:
- Apresentação de grupos de boi-bumbá que foram diretamente influenciados por Damasceno
- Execução da música inédita, composta pelo mestre como testamento artístico
- Depoimentos emocionados de familiares, discípulos e admiradores
- Presença de representantes de diversas comunidades tradicionais do estado
Não era um adeus, mas um "até logo" – como bem definiu um dos presentes. A cultura paraense perdeu uma voz, mas ganhou um eterno legado.
E assim se vai um ícone. Mas como bem disse sua própria música, era hora de regressar. O Pará inteiro agradece pela jornada, mestre.