Quem disse que festival literário é só livro? Em Araxá, a coisa tá bem diferente. O FLIARAXA – Festival Literário de Araxá, que rolou de 26 a 29 de setembro, abriu as portas – e de um jeito bem especial – para quem produz na terra. A feira virou uma espécie de trampolim para os pequenos empreendedores locais, aqueles que botam a mão na massa todos os dias.
Imagine só: no meio de tantos livros, debates e autores consagrados, uma área inteirinha dedicada ao que há de mais autêntico na economia araxaense. Artesanato que conta história, comidas que são uma viagem de sabor, produtos que carregam a identidade da região. Tudo isso ganhou um palco de respeito, mostrando que cultura e comércio podem, sim, andar de mãos dadas.
Mais do que uma barraca, uma oportunidade de ouro
Para muitos desses micro e pequenos empresários, participar de um evento desse porte é como encontrar um atalho. Um daqueles que encurtam anos de luta. A visibilidade é imensa – e estamos falando de um público que valoriza o singular, que busca algo além do que encontra no shopping. Foi uma chance rara de apresentar seu trabalho para milhares de pessoas, muitas de fora, em apenas alguns dias.
E o impacto? Vai muito além da venda do fim de semana. O que fica é o networking, o contato, o "fulano conhece ciclano". É o nome que começa a circular, a indicação que vira rotina. É a semente de uma clientela fiel sendo plantada ali, no coração do festival.
Um ecossistema que se fortalece
O mais bonito de ver é como essa iniciativa fortalece a cidade por dentro. Quando o poder público – no caso, a Prefeitura de Araxá, através da Secretaria Municipal de Cultura – cria esses espaços, ele basicamente diz: "a gente acredita em vocês". E isso é poderoso.
O FLIARAXA mostrou, na prática, que um evento cultural de qualidade não é uma ilha. Ele pode – e deve – ser uma força motriz para toda a comunidade. Os restaurantes ficam cheios, o comércio nas redondezas agradece, os hotéis também. E os empreendedores locais ganham um selo de qualidade implícito, uma associação positiva com algo que é, por si só, valioso.
No final das contas, a feira literária de Araxá fez mais do que promover a leitura. Ela teceu uma rede, uma daquelas bem firmes, que sustenta quem constrói a cidade no dia a dia. E isso, convenhamos, é uma bela história para contar.
