
Numa daquelas cenas que pegam até os mais desconfiados de surpresa, o carnavalesco Milton Cunha — sim, aquele mesmo que faz a folia virar arte — soltou um elogio de cair o queixo para a primeira-dama Janja Lula da Silva. E olha que não foi qualquer cumprimento de praxe, não.
"Ela é uma deusa intelectual", disparou Milton, com aquela cara de quem acabou de descobrir um novo talento. O evento? A entrega do título de Deusa do Carnaval no Rio, que dessa vez ganhou um tempero político inesperado.
Um elogio que não estava no script
Quem conhece Milton sabe: o homem não é de seguir roteiro. No meio da cerimônia, entre um samba e outro, ele simplesmente largou: "A Janja tem uma sensibilidade fora do comum. É raro encontrar alguém na política que entenda tanto de cultura popular".
Detalhe curioso: Janja nem estava presente. Mas isso não impediu o carnavalesco de fazer seu discurso apaixonado — desses que deixam o público entre o "uau" e o "será que eu ouvi direito?".
O que há por trás dos elogios?
Pergunta que não quer calar: por que justo agora? Especula-se que o comentário tenha relação com o apoio recente do governo federal aos blocos de rua. Ou talvez Milton tenha se impressionado com aquela foto da primeira-dama pulando carnaval no meio do povo, sem frescura.
"Ela não finge", completou o artista, num tom que misturava admiração e alívio. "Na política atual, isso é raridade que merece ser celebrada."
Enquanto isso, nas redes sociais, o burburinho foi instantâneo. De um lado, os apoiadores do governo comemorando o "reconhecimento artístico". Do outro, os críticos torcendo o nariz para o que chamaram de "elogio oportunista".
E você, o que acha? Será que estamos vendo nascer uma nova fase na relação entre cultura e política — ou é só mais um capítulo dessa novela que nunca acaba?