
Foi uma daquelas noites que ficam marcadas na memória — e olha que Belém já viu muita coisa bonita. O palco era só um detalhe perto da energia que rolou no show pró-Amazônia, mas quando Ivete Sangalo resolveu soltar a voz, algo mágico aconteceu.
Do nada — sério, ninguém esperava — ela começou a entoar um clássico da Joelma. E não foi qualquer performance. Foi com alma, com vontade, como só quem entende de raiz sabe fazer. A plateia, é claro, pirou completamente.
Mas a noite não foi só sobre covers inesperados. Ivete, sempre consciente, usou o microfone para falar algo que pra muitos é óbvio, mas que precisa ser dito: os indígenas são simplesmente geniais. E não tava falando só de arte ou música, não. Ela destacou a sabedoria ancestral, a conexão com a terra — coisa que a gente, dito 'civilizado', insiste em esquecer.
Um evento que foi mais que música
O show, claro, tinha um propósito nobre: arrecadar fundos e conscientizar sobre a importância da Amazônia. E que jeito melhor de fazer isso do que através da cultura? Foi uma celebração à diversidade, à resistência, e à beleza que emana dessa região tão vital pro planeta.
Ivete não apareceu, cantou e vazou. Ela interagiu, falou com o público como se estivesse numa roda de amigos — e de certa forma tava mesmo. Quem estava lá sentiu na pele aquele calor humano, aquele sentimento de que a música pode, sim, mudar as coisas.
E não dá pra ignorar o timing perfeito. Num momento onde a Amazônia sofre pressão de todos os lados, ver artistas de grande visibilidade abraçando a causa é — como diria minha avó — «um remédio pro coração».
E o público?
Ah, o público... Transformou o espaço num caldeirão de emoções. Gente chorando, cantando, abraçando desconhecidos. Parecia que, por algumas horas, todas as diferenças tinham sumido e só sobrava o que realmente importa: a humanidade.
E quando aquela voz potente de Ivete ecoou homenageando Joelma — uma artista que é pura essência do Norte —, foi como se toda a cultura popular brasileira se encontrasse num só lugar. Belém virou o centro do mundo, mesmo que por uma noite.
No final, ficou a sensação de que eventos assim deviam ser regra, não exceção. Entre um hit e outro, uma mensagem de esperança. Entre um solo e outro, um recado de resistência. E no silêncio entre uma música e outra, um lembrete: a Amazônia vale cada nota.