
Quem passa pelo centro de Manaus nem imagina que, por trás daquelas paredes antigas, há histórias que merecem ser contadas. A Igreja de São Sebastião está convocando gente de bom coração — sim, você mesmo que está lendo isso — para rolar as mangas e ajudar na limpeza do prédio onde funcionava o Museu de Arte Sacra.
Não é qualquer faxina, viu? Aquele lugar guarda memórias sagradas da cidade. Desde imagens centenárias até objetos litúrgicos que sobreviveram ao tempo, tudo precisa de cuidados especiais. "É como se fosse uma missão", brinca o padre Antônio, coordenador da ação, enquanto ajusta os óculos. Mas no fundo, a gente sabe que ele tá falando sério.
Por que isso importa?
O museu fechou as portas há tempos — ninguém sabe ao certo por quê — e o espaço ficou abandonado. Agora, com a chuva chegando (e no Amazonas, quando chove, não é brincadeira), o risco de infiltração e danos ao acervo aumentou. Alguns fiéis até comentam, no café depois da missa, que já viram goteiras ameaçando as obras.
- Quando: Próximo sábado, começando cedo (7h, pra fugir do calorão)
- O que levar: Luvas, água e — pasmem — máscara (a poeira de séculos não faz bem pra ninguém)
- Diferencial: Quem souber lidar com madeira antiga ou tecidos delicados será recebido como herói
Ah, e tem café garantido! A Dona Maria, da paróquia, já prometeu seus famosos bolinhos de macaxeira. "Arrumar o passado dá fome", ela justifica, com aquela sabedoria de quem já viu muita coisa.
Detalhes que fazem diferença
O que pouca gente sabe é que entre aquelas paredes há uma peça rara — um crucifixo do século XVIII que sobreviveu à umidade amazônica como por milagre. "Tá precisando de um carinho", murmura a restauradora Lúcia, passando o dedo sobre a base corroída. Ela vai orientar os voluntários sobre como lidar com cada tesouro.
Pra quem acha que preservação histórica é coisa de museu grande: essa ação prova o contrário. Às vezes, são as mãos da comunidade — cheias de calos e boas intenções — que fazem a diferença entre perder ou salvar um pedaço da identidade de um povo.