
Não era só mais uma noite qualquer no Império Serrano. O ar estava carregado de algo especial — uma mistura de saudade, orgulho e alegria que só o samba sabe conjurar. E no centro de tudo, o nome que ecoava nos corações e nas vozes da multidão: Arlindo Cruz.
Centenas de pessoas, algumas até com lágrimas nos olhos, se apertaram no tradicional reduto do samba carioca para celebrar o legado do artista. E que legado! Quem estava lá garante: faltou espaço, mas não faltou emoção.
Um tributo à altura
Do jeito que o sambista merece — com muito ritmo e alma. Os tamborins não pararam um minuto, como se tentassem compensar o tempo perdido durante a pandemia. "Parece que a cidade acordou do seu sono forçado", comentou um frequentador antigo, enquanto ajustava o chapéu de palha.
E não era pra menos. A programação incluiu:
- Performances de sucessos que marcaram gerações
- Participações especiais de nomes pesados da música brasileira
- Projeções que contavam a trajetória do homenageado
- Até um bolo temático — porque samba também é celebração
"Ele não é só um artista, é parte da nossa história", defendia uma senhora que preferiu não revelar o nome, mas não economizou nos passos de dança.
O samba como herança
O que mais chamou atenção — além da óbvia qualidade musical — foi ver tantas gerações compartilhando o mesmo espaço. Avós, pais e netos, todos cantando as mesmas letras, cada um com seu próprio motivo para estar ali.
Talvez seja isso que define um verdadeiro ícone: a capacidade de unir pessoas através do tempo. E Arlindo Cruz, com seu jeito único de misturar tradição e inovação, parece ter dominado essa arte tão bem quanto domina o pandeiro.
Enquanto isso, nas redes sociais, quem não pôde comparecer não parava de reclamar. "Ano que vem eu vou, nem que seja a pé", prometia um fã nas comentários de uma transmissão ao vivo.