Rubi Completa 75 Anos de Magia Sonora no Pará: Uma Saga que Vai de Pai para Filho
Aparelhagem Rubi celebra 75 anos de tradição no Pará

Quem diria que um simples sonho de levar música às massas se transformaria em uma lenda viva? A Aparelhagem Rubi, ícone cultural do Pará, acaba de completar 75 anos de pura energia sonora — e a história, é claro, tem gosto de família.

Não foi fácil. Desde os primeiros toca-discos até os modernos sistemas de som que fazem o chão tremer hoje, a Rubi sobreviveu a ditaduras, crises econômicas e até à chegada do Spotify. "É como cuidar de um filho teimoso", brinca Carlos Alberto, atual guardião da tradição. "Meu pai começou com um equipamento que cabia numa bicicleta. Hoje, precisamos de três caminhões!"

O Segredo da Longevidade? Sangue Novo nas Veias

Enquanto muitas aparelhagens desapareceram nos anos 2000, a Rubi fez o impensável: modernizou sem perder a essência. Eles foram os primeiros a misturar carimbó com batidas eletrônicas, criando aquela mistura que hoje chamamos de tecnobrega.

  • 1949: Nasce a "Rubi", com alto-falantes feitos de latas reaproveitadas
  • 1982: Primeiro show com luzes sincronizadas — o público achou que era magia
  • 2005: Revolução do "bregatech", quando abraçaram a produção digital

E o futuro? "Temos planos até para hologramas", revela Carlos, com um sorriso que mistura orgulho e preocupação. "Mas o importante é que, enquanto houver gente querendo dançar, a Rubi estará lá — mesmo que eu precise carregar os equipamentos nas costas."

Mais que Som, Uma Lição de Vida

O que poucos sabem é que por trás dos 30 mil watts de potência há uma filosofia simples: "Música é como feijoada — tem que ter de tudo e agradar a todos". Talvez seja por isso que, em plena era digital, ainda veem-se avós e netos dançando juntos nos bailes da Rubi.

Numa época onde tudo é descartável, 75 anos não são apenas um número. São milhares de noites sem dormir, de shows sob chuva, de equipamentos quebrados e consertados com fita adesiva e muita criatividade. É, como dizem por lá, "história que não cabe no SoundCloud".