
Imagine só: a voz rouca e cheia de ginga de Dominguinhos do Estácio, um dos maiores bambas da história do samba, ecoando outra vez nos barracões — graças a um pulo tecnológico digno de ficção científica. Pois é, meu rei! A Inteligência Artificial ressuscitou o timbre inconfundível do compositor para o samba-enredo da Viradouro em 2026.
O milagre da tecnologia no asfalto
Não foi macumba, não. Programas de última geração garimparam gravações antigas, discos de vinil riscados e até aqueles vídeos amadores da TV Manchete dos anos 80. O resultado? Uma recriação tão fiel que até os mais velhos do Estácio arrepiaram ao ouvir. "Parece que ele tá aqui, no meio da gente", confessou Seu Jorge, diretor de harmonia da escola.
Por trás da cortina digital
O processo foi mais complexo que ensaiar passista novato:
- Mais de 200 horas de áudio analisadas
- Padrões de respiração e sotaque mapeados
- Até o jeito de engolir as sílabas foi replicado
E olha que curioso: os engenheiros precisaram "ensinar" a IA a cantar meio desafinado em certos trechos — porque Dominguinhos tinha dessas, né? A perfeição da imperfeição, como diria algum filósofo de botequim.
Polêmica? Claro que tem!
Alguns puristas torceram o nariz. "Isso é brincar de Deus", protestou um veterano da Portela. Mas a neta do sambista, Maria Rita, deu o aval: "Vovô adoraria essa zoeira tecnológica". E aí, você acha que a tradição combina com algoritmos?
Enquanto isso, na quadra da Viradouro, o clima é de euforia. O primeiro ensaio com a voz "ressuscitada" terminou em lágrimas — e não foram só dos mais velhos. Até os millennials, que só conheciam Dominguinhos por memes, se emocionaram. "Isso aqui vai botar fogo na Sapucaí", prometeu o carnavalesco, esfregando as mãos como quem apronta uma grande sacanagem artística.
E você, tá preparado para ver (ou melhor, ouvir) história sendo feita? O play no sample digital já tá rolando, e o samba — agora eterno — promete arrepiar até os ossos do mais cético dos críticos.