
Quem diria? Uma igreja em Santa Catarina está dando o que falar — e não é por causa dos sermões. O lugar, que mais parece saído de um catálogo de design escandinavo, trocou os vitrais por paredes brancas imaculadas e bancos de madeira clara. Mas o pulo do gato mesmo foi a sessão coletiva de tatuagens que rolou lá dentro.
Parece brincadeira, mas é sério: no último fim de semana, cerca de 30 pessoas se reuniram no espaço para deixar na pele marcas permanentes. Enquanto isso, o som ambiente — nada de hinos tradicionais — completava a atmosfera que mais lembrava um estúdio hipster do que um templo religioso.
Do sagrado ao profano (ou seria o contrário?)
O padre — ou deveríamos chamar de curador do espaço? — explica a mudança com um sorriso nos lábios: "A fé também evolui. Por que nossos espaços não podem refletir isso?". E olha que ele mesmo apareceu com uma tatuagem nova no braço, um discreto símbolo que mistura elementos cristãos com geometria contemporânea.
Os frequentadores, uma mistura eclética de jovens hipsters e fiéis tradicionais (sim, eles ainda existem por lá), parecem aprovar a mudança. "É como se a igreja finalmente respirasse o mesmo ar que a gente", comenta uma jovem que preferiu não se identificar, enquanto ajusta a manga que cobre seu braço todo tatuado.
O minimalismo como linguagem
Detalhe curioso: cada cantinho do lugar foi pensado. Até os termos em inglês espalhados pelas paredes — coisa de designer, sabe? — foram escolhidos a dedo. "Less is more" brilha discretamente atrás do que seria o altar, se ainda fosse chamado assim.
E aí, você acha que essa mistura de espiritualidade e cultura urbana pega? Em Santa Catarina, pelo menos, parece que sim. A fila para a próxima sessão de tatuagens já está formando — e olha que nem divulgaram direito ainda.
Quem visita o lugar pela primeira vez costuma ter duas reações: ou ama na hora, ou fica parado na porta, sem acreditar no que está vendo. Mas convenhamos: num mundo onde tudo parece igual, uma igreja que ousa ser diferente merece pelo menos uma olhadela, não acha?