
Em uma entrevista contundente, a renomada escritora Conceição Evaristo fez um alerta à sociedade: "Quero que pessoas brancas me tratem como senhora". A declaração, dada durante um evento cultural no Rio de Janeiro, ecoa suas lutas contra o racismo estrutural e a invisibilidade imposta às mulheres negras.
O peso das palavras
A autora de obras como "Ponciá Vicêncio" e "Olhos D'Água" destacou como a negação de tratamento respeitoso reflete desigualdades históricas. "Quando uma mulher negra idosa é chamada de 'tia' ou 'você', enquanto mulheres brancas são 'senhoras', vemos o racismo no cotidiano", afirmou.
Literatura como resistência
Evaristo reforçou o papel da arte na transformação social:
- Sua escrita dá voz a histórias marginalizadas
- Aborda temas como ancestralidade e violência racial
- Inspira novas gerações de escritores negros
Reconhecimento e desafios
Apesar de ser uma das principais vozes da literatura brasileira contemporânea, a autora critica a demora no reconhecimento de artistas negros. "Nosso lugar não pode ser sempre o da exceção", completou, referindo-se aos poucos autores negros em posições de destaque.