Lídia Maria: A vida e legado da antropóloga e ex-secretária de Cultura de Uberlândia
Lídia Maria: legado da ex-secretária de Cultura de Uberlândia

Aos 66 anos, partiu Lídia Maria — uma mulher que, com suas mãos e mente afiadas, moldou a cultura de Uberlândia como poucos. Antropóloga de raiz e ex-secretária de Cultura da cidade, ela era daquelas pessoas que você encontra uma vez na vida e nunca esquece. (Quem teve o privilégio de conhecê-la sabe do que falo).

Nascida em 1959, Lídia mergulhou de cabeça no mundo da antropologia — não como quem estuda culturas de longe, mas como quem se suja de terra e suor para entender a alma das coisas. Formada pela UFU, ela tinha um jeito peculiar de enxergar o mundo: misturava rigor acadêmico com uma empatia que arrebatava até os mais céticos.

Uma vida dedicada à cultura

Entre 2013 e 2016, ela assumiu a Secretaria Municipal de Cultura de Uberlândia — e que fase foi aquela! Quem viveu na cidade na época lembra bem: projetos que pareciam sonhos distantes viraram realidade. Das periferias aos centros, Lídia levava cultura como quem oferece um prato quente a quem tem fome. Não era só sobre eventos; era sobre transformação.

Ela tinha um dom raro: conseguia enxergar beleza onde outros viam apenas vazio. Um terreno baldio? Espaço para arte. Uma parede pichada? Tela em potencial. "Cultura não é luxo, é oxigênio", costumava dizer, com aquela voz que misturava doçura e firmeza.

O legado que fica

Mesmo depois de deixar a secretaria, Lídia nunca parou. Virou consultora, mentora, aquela pessoa que você liga quando o projeto parece impossível. E sabe o que é mais impressionante? Ela atendia todas as ligações — de estudantes perdidos a gestores experientes.

O falecimento, na última terça-feira (5/8), deixou um vazio difícil de medir. Mas como dizem por aí, algumas pessoas partem, mas seu cheiro fica impregnado no ar. Lídia era assim: deixou marcas profundas na política cultural da cidade, em dezenas de projetos e, principalmente, nas pessoas que tiveram a sorte de cruzar seu caminho.

Uberlândia perdeu uma de suas grandes guardiãs da cultura. O Brasil, uma pensadora brilhante. E o mundo? Bem, o mundo perdeu um daqueles raros seres humanos que conseguem transformar ideias em realidade sem perder a humanidade no processo.