
Imagine chegar aos 60, 70 ou 80 anos e descobrir que a universidade tem portas abertas especialmente para você. Pois é exatamente isso que está acontecendo em Santarém, no coração do Pará, onde o Projeto 60+ Tapajóra está fazendo a diferença na vida de dezenas de idosos.
A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) criou algo realmente especial – uma ponte entre o conhecimento acadêmico e a sabedoria que só quem viveu muito pode ter. E olha, não se trata daquelas iniciativas meia-boca que aparecem e somem. Estamos falando de um programa sério, com atividades que vão desde oficinas de inclusão digital até cuidados com a saúde física e mental.
Mais do que Aulas: Um Espaço de Reconexão
O que me chama atenção não é só o conteúdo – que já é fantástico por si só – mas a atmosfera que criaram. Os participantes não são tratados como "alunos" no sentido tradicional. Eles são... bem, são como avós adotivos de toda a comunidade universitária. E a troca é双向 – os jovens aprendem com a experiência dos mais velhos, e estes se atualizam com o que há de novo no mundo.
As atividades? Diversificadas como nunca:
- Oficinas de tecnologia – porque ninguém merece ficar para trás nesse mundo digital
- Rodas de conversa sobre saúde – com profissionais que realmente escutam
- Atividades físicas adaptadas – para manter o corpo tão ativo quanto a mente
- Workshops de memória e cognição – exercitando o cérebro com prazer
Impacto que Vai Além dos Números
Ah, e não me venham com essa história de que "é só um projeto social". O negócio é bem mais profundo. Estamos vendo idosos recuperando autonomia, redescobertindo hobbies antigos e – pasmem – até começando novos negócios depois das oficinas de empreendedorismo.
Uma senhora de 72 anos me contou, com os olhos brilhando, que finalmente aprendeu a usar o WhatsApp para ver fotos dos netos que moram em São Paulo. Outro senhor, ex-madeireiro, agora produz artesanato sustentável e vende online. Histórias assim é que mostram o verdadeiro valor da iniciativa.
E tem mais: a quebra do isolamento social, que tantas vezes acomete a terceira idade, talvez seja o benefício mais invisível mas igualmente crucial. Muitos participantes chegam tímidos, desconfiados, e em poucas semanas estão rindo, compartilhando histórias e fazendo novas amizades.
Universidade Como Agente de Transformação Real
O que a UFOPA está fazendo deveria ser modelo para outras instituições pelo Brasil afora. Em vez de ficar trancada em sua torre de marfim acadêmica, a universidade desceu degrau por degrau e foi até onde o povo está. E olha, não é caridade – é cumprimento da função social que toda universidade pública deveria ter.
Os professores e alunos voluntários? Esses sim merecem aplausos de pé. Dedicam tempo, paciência e – mais importante – afeto genuíno aos participantes. Criaram vínculos que transcendem a relação professor-aluno tradicional.
O projeto, que começou modesto, agora já tem lista de espera. E não me surpreende – quem não gostaria de envelhecer com mais dignidade, aprendendo coisas novas e se sentindo parte ativa da comunidade?
Envelhecer no Brasil nunca foi fácil, mas iniciativas como o 60+ Tapajóra mostram que existem caminhos possíveis. Caminhos onde respeito, conhecimento e afeto andam juntos. Santarém está mostrando ao país como se faz inclusão de verdade – sem frescuras, sem burocracias desnecessárias, mas com muito coração.
E agora me digam: não é assim que deveria funcionar a educação pública? Aberta, acolhedora e transformadora para todas as idades?