‘Sem água, a vida seca’: Comunidade no Acre enfrenta crise hídrica e desabafa sobre dias de sofrimento
Crise hídrica no Acre: comunidade sofre sem água potável

Imagine acordar e seu primeiro pensamento não ser sobre o café da manhã, mas sim: ‘onde vou conseguir água hoje?’. Pois é assim que começa o dia para dezenas de famílias em uma comunidade rural do Acre, onde o líquido mais precioso da natureza virou artigo de luxo.

Não é exagero, é realidade

Enquanto nas grandes cidades se discute vazamento em redes sociais, aqui o drama é tangível. Baldes vazios, crianças sem banho e idosos caminhando quilômetros sob sol de 35°C – essa é a rotina que ninguém vê.

‘A gente virou nômade atrás de água’, desabafa Maria, 58 anos, enquanto mostra as mãos calejadas de tanto carregar latas. Seu depoimento corta como faca:

  • ‘Tem dia que só temos um copo d’água pra cada’
  • ‘Minha neta já ficou doente bebendo água barrenta’
  • ‘Prometeram poço artesiano ano passado... Cadê?’

O retrato de um Brasil paralelo

Enquanto o país discute inteligência artificial, aqui a tecnologia mais avançada é a carroça puxada a boi que transporta os barris. Curioso como algumas regiões parecem ter parado no tempo, não?

O pior? Essa crise não é novidade. Há anos que a comunidade alerta sobre:

  1. Poços improvisados que secam no verão
  2. Córregos contaminados por agrotóxicos
  3. Falta de investimento em infraestrutura básica

‘Quando chove, é festa!’, conta João, agricultor. ‘Mas aí vem a enxurrada e leva tudo... Não tem como ganhar.’ A ironia é cruel – água demais destruindo o pouco que resta.

E as autoridades?

Ah, sim! Teve aquela visita relâmpago do prefeito no ano passado. Fotos, sorrisos, promessas. Depois? Silêncio. Enquanto isso, as mulheres da comunidade viraram engenheiras improvisadas, criando sistemas de captação de água da chuva com canos velhos e baldes.

‘Não estamos pedindo milagre’, diz Dona Antônia, 72 anos. ‘Só queremos o básico que a Constituição promete.’ Difícil argumentar contra isso, não?