
Parece que o samba vai ecoar forte no Globo de Ouro deste ano. Quem diz isso não é um torcedor otimista, mas sim uma das vozes mais respeitadas do jornalismo cinematográfico norte-americano. Kyle Buchanan, o craque do The New York Times quando o assunto é prever vencedores, colocou sua reputação em jogo ao apostar todas as fichas em Wagner Moura.
Não é pouca coisa. Buchanan, que tem um histórico impressionante de acertos – algo como um profeta moderno das premiações –, analisou a disputa acirrada por Melhor Ator em Filme Dramático e saiu convencido: o brasileiro leva a taça.
O papel que mudou o jogo
E não é para menos. Em Civil War, dirigido pelo visionário Alex Garland, Wagner Moura não é apenas mais um rosto na tela. Ele dá vida a Joel, um jornalista de guerra mergulhado num conflito que rasga os Estados Unidos ao meio. É um personagem complexo, cheio de camadas, que exige muito mais do que um sotaque impecável.
O que Buchanan enxergou, e que talvez muitos ainda não tenham percebido, foi a maestria com que Moura constrói essa figura. Não se trata apenas de representar, mas de habitar o personagem com uma intensidade que poucos atores conseguem. Há uma verdade crua em sua atuação, algo que ressoa profundamente com o clima de ansiedade dos nossos tempos.
Uma disputa de titãs
Claro, a competição é feroz. É uma verdadeira batalha de gigantes. Do outro lado, nomes pesadíssimos como Andrew Scott (All of Us Strangers) e o sempre formidável Leonardo DiCaprio (Killers of the Flower Moon). São performances que, em qualquer outro ano, seriam favoritas absolutas.
Mas Buchanan argumenta que há algo especial na virada de Moura. É a combinação perfeita de um papel à altura de seu talento, num filme que já é um fenômeno cultural, e um momento na carreira que parece simplesmente... pronto para a glória.
Pensa bem: quantas vezes um ator brasileiro chegou tão perto assim de um Globo de Ouro na categoria principal? É raríssimo. A nomeação em si já é histórica. A vitória seria um terremoto.
O que isso significa para o Brasil?
Para além do troféu reluzente, uma vitória de Wagner Moura teria um eco imenso. Seria o reconhecimento definitivo de que o talento brasileiro não só compete de igual para igual no mercado mais disputado do mundo, como pode liderá-lo.
Isso abre portas. Cria um novo patamar de expectativa para todos os artistas do país. Mostra que é possível sair daqui e conquistar o ápice, com trabalho duro e talento de sobra. É, sem exagero, um marco potencial.
O veredito final, é claro, só sairá na noite da cerimônia. Mas ter um especialista do calibre de Kyle Buchanan apontando Wagner Moura como favorito não é um detalhe menor. É um sinal forte. Um daqueles que fazem até os mais céticos darem uma repensada em suas apostas.
Restar-nos-á torcer. Torcer para que o vaticínio de Buchanan se concretize e que a noite do Globo de Ouro seja, de fato, uma noite de celebração para o cinema brasileiro. A torcida já começou.