
Imagine acordar e perceber que seu próprio corpo está se tornando seu pior inimigo. É essa a premissa arrepiante de Juntos, o novo filme que está dando o que falar — e causando arrepios — no circuito de cinema alternativo.
Dirigido por aquela dupla de cineastas que adora chocar (você sabe quem são), a obra transforma uma simples briga de casal em algo muito mais... visceral. Literalmente.
Quando o Corpo Vira Campo de Batalha
O casal protagonista — interpretado por dois atores que merecem um prêmio só pela coragem — vive uma crise que vai muito além das discussões sobre quem esqueceu de pagar a conta de luz. Aqui, os conflitos emocionais se materializam de forma grotesca: membros que se fundem, pele que se transforma, dores que transcendem o metafórico.
"É como se Bergman tivesse dirigido A Mosca depois de uma noite mal dormida", brincou um crítico, sem conseguir disfarçar o desconforto.
Metáforas que Doem
O filme não poupa o espectador. Em cenas que alternam entre o poeticamente perturbador e o francamente repulsivo, explora:
- A simbiose doentia de relacionamentos tóxicos
- A perda de identidade individual no casamento
- Como pequenas mágoas diárias podem se tornar feridas literais
Numa sequência particularmente difícil de assistir (mas impossível de desviar o olhar), os corpos dos protagonistas começam a... bem, melhor não estragar a surpresa.
Horror que Ressoa
O que mais impressiona não são os efeitos especiais — embora estes sejam notáveis considerando o orçamento modesto — mas como o filme consegue traduzir aquelas pequenas frustrações cotidianas em imagens tão potentes.
Quem nunca sentiu, afinal, que estava literalmente "se fundindo" às expectativas do parceiro? Ou que certas discussões deixavam marcas mais profundas que arranhões?
"É um daqueles filmes que te acompanham depois que as luzes se acendem", confessou uma espectadora, ainda visivelmente abalada. "Fui ver com meu namorado e... digamos que voltamos para casa em silêncio."
Um Espelho Distorcido
Os diretores afirmam que queriam criar "um retrato exagerado, mas honesto" das dinâmicas conjugais. E conseguiram — talvez até demais. Em certos momentos, a experiência beira o insuportável, mas sempre com propósito.
Não é um filme para todos (cardíacos, abstêm-se), mas para quem aguenta, oferece uma reflexão poderosa sobre intimidade, limites e o preço da convivência.
Uma última dica: talvez não seja a melhor escolha para um primeiro encontro. A menos que seu objetivo seja testar os limites da nova relação desde o início.