
O cenário cultural brasileiro está pegando fogo — e não é metáfora. Numa jogada que mistura arte com ativismo político, pesos-pesados da sétima arte nacional resolveram botar a boca no trombone. Walter Salles, aquele mesmo de 'Central do Brasil', e Fernanda Torres, atriz de dar água na boca, lideram um coro de artistas que tá cansado de ver o streaming virar terra de ninguém.
Num documento que mais parece um manifesto — cheio de firulas e argumentos afiados —, eles espetam o dedo na ferida: as plataformas digitais tão engolindo a produção nacional sem dar nada em troca. E olha que não são só dois ou três malucos assinando. A lista parece aquelas chamadas de filme blockbuster, com diretores, roteiristas e atores que fizeram história no cinema brasileiro.
O que tá pegando?
O cerne da questão é simples (ou nem tanto): enquanto o mundo offline tem regras claras — cotas de exibição, investimento obrigatório —, o universo digital parece o velho oeste. Plataformas internacionais nadando em dinheiro, conteúdo nacional afundando. E o pior? Sem fiscalização que preste.
"É como se a gente tivesse construído um prédio lindo e deixado as portas abertas pra qualquer um entrar e sair sem pagar aluguel", dispara um produtor que prefere não se identificar. A metáfora pode ser esquisita, mas a indignação é real.
Os números que doem
- Produções nacionais representam menos de 2% dos catálogos
- Investimento em conteúdo local é irrisório perto do faturamento
- Nenhuma obrigatoriedade de destaque para filmes brasileiros
E não adianta vir com papinho de "ah, mas o algoritmo decide". Os artistas tão de saco cheio dessa desculpa esfarrapada. Querem leis — e querem agora. O timing? Mais perfeito impossível, com o governo Lula reavaliando políticas culturais.
O ministro da Cultura, aquele que sempre aparece de roupa colorida, já deu sinais de que tá do lado dos criadores. Mas entre dizer e fazer... bem, todo mundo sabe o que acontece. Enquanto isso, os streamings seguem nadando de braçada no mar de isenções.
Será que dessa vez a pressão cola? Ou vai ser mais um daqueles casos de "muita gritaria, pouca ação"? O palco tá armado, e os holofotes tão acesos. Agora é esperar pra ver se o governo entra em cena ou deixa o espetáculo morrer na praia.