Houve um tempo em que assistir a um filme não era apenas um passatempo, mas um evento social que reunia comunidades inteiras. Em Florianópolis, os cinemas de rua eram mais do que salas de projeção — eram pontos de encontro, palco de encontros românticos e celeiro de memórias afetivas que resistem ao tempo.
O Apogeu dos Cinemas de Rua
Entre as décadas de 1950 e 1980, a capital catarinina pulsava com casas de exibição como o Cine Santa Catarina, o Cine Guarani e o lendário Cine Ritz. Com arquiteturas imponentes e programações cuidadas, esses espaços ofereciam não apenas filmes, mas uma experiência completa: desde a fila na bilheteria até os debates pós-sessão nos cafés vizinhos.
Rituais que Viraram Tradição
- Sessões das 20h: O horário nobre, quando famílias inteiras se reuniam para assistir a clássicos
- Intervalo cultural: Muitas salas apresentavam números musicais ou noticiários antes do filme principal
- Arquitetura como atração: Salas com decoração temática e sistemas de som que eram novidade
O Declínio e o Legado
Com o advento dos shoppings centers e do streaming, muitas dessas salas fecharam as portas. Algumas viraram igrejas ou estacionamentos, mas sua importância cultural permanece. Hoje, iniciativas como o Projeto Cineclube tentam resgatar esse espírito comunitário do cinema.
Para quem viveu essa época, os cinemas de rua de Florianópolis não são apenas lembranças — são parte indelével da identidade cultural da cidade.
