Exposição no Pavão-Pavãozinho transforma lixo em arte contemporânea

Arte que questiona: o que é lixo?

A comunidade do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, recebe uma exposição que desafia nossa percepção sobre os objetos que descartamos no dia a dia. A mostra "O tempo das coisas", do artista plástico Marcos Celso Cardoso, ocupa a Galeria de Arte Solar com obras criadas a partir de materiais que normalmente seriam considerados lixo.

Do descarte à arte contemporânea

Entre as peças que compõem a exposição, destacam-se trabalhos elaborados com palitos de picolé, palitos de dente, sacos plásticos e diversos outros materiais que fazem parte do consumo cotidiano da população. O artista explica que sua obra nasce da observação atenta do que as pessoas consomem e descartam.

"Meu olhar para o cotidiano, para o que as pessoas estão consumindo, para o que as pessoas vão descartar, o que está indo para a natureza, o que fazer com esses materiais - essa é a questão do meu trabalho", reflete Cardoso. "Isso é lixo? A pergunta é essa... Eu acho que não. Quem vai determinar isso é quem está consumindo".

Arte que dialoga com a comunidade

A Galeria Solar, que fica dentro do complexo de educação integral básica do Solar Meninos de Luz, já recebeu impressionantes 91 mil visitantes ao longo de seus 18 anos de existência - sendo a maioria moradores da própria comunidade.

Guilherme Maltaroli de Moraes Rego, diretor do Solar, destaca a importância da conexão entre a arte e o local: "O Marcos traz a linguagem dele conversando com a comunidade do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo. A arte contemporânea tem isso, do local com quem você está falando".

A exposição foi tema do programa Globo Comunidade no domingo, 9 de junho, demonstrando o reconhecimento midiático deste trabalho artístico que combina criatividade e consciência ambiental.