Parece que o tempo não perdoa nem mesmo as paredes que testemunharam séculos de história. Uma vistoria técnica realizada nesta sexta-feira (13) na Ribeira, coração histórico de Natal, acendeu o sinal de alerta para situações que beiram o calamitoso.
Engenheiros e técnicos da Defesa Civil municipal percorreram aquelas ruas de paralelepípedos com um misto de admiração e preocupação. E o que encontraram? Bem, a realidade é mais dura que o sol do meio-dia potiguar.
O Que a Vistoria Revelou
Paredes com fissuras que parecem mapas de rios secos, estruturas comprometidas pelo tempo implacável e – pasmem – risco real de desabamento em alguns pontos. Não é exagero dizer que alguns imóveis estão literalmente seguros por um fio.
O coordenador da Defesa Civil, Marcelo Carvalho, não disfarçou a gravidade durante o briefing: "A situação exige atenção imediata. Identificamos pontos críticos que podem colocar vidas em risco, especialmente com as chuvas que se aproximam". Palavras que ecoam como um sino de alerta.
Os Números que Assustam
- Vários imóveis com estruturas severamente comprometidas
- Risco elevado de colapso em edificações específicas
- Fachadas que escondem perigos invisíveis aos olhos menos treinados
- Um patrimônio cultural à beira do precipício, literalmente
E aqui vem o ponto crucial: a Ribeira não é qualquer bairro. É o berço da cidade, onde cada pedra conta uma história, cada janela guarda memórias de séculos. Ver esse patrimônio em risco dói na alma de qualquer natalense que preze suas raízes.
O que fazer então? A prefeitura já acionou o modo emergência. Há um plano de ação sendo traçado – envolve notificações aos proprietários, interdições preventivas e, claro, a busca por soluções que equilibrem a urgência da segurança com a preservação histórica.
Uma equação complexa, diga-se de passagem. Como salvar prédios centenários sem descaracterizar sua alma? Como impedir tragédias sem apagar a história?
Enquanto isso, os moradores e comerciantes da região observam com um pé atrás. Uns temem pelo patrimônio, outros pela segurança própria. E todos se perguntam: até quando vamos negligenciar nosso passado até que ele literalmente desabe sobre nossas cabeças?
O recado ficou claro: a Ribeira precisa de ajuda. E precisa agora. Antes que as rachaduras no presente se transformem em crateras no futuro.
