Quem passa por Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, já está acostumado a ver o horizonte cortado por torres imponentes — algumas tão altas que parecem querer cutucar o céu. Mas eis que surge um projeto que vai na contramão dessa verticalidade toda: um prédio de luxo com apenas três andares, grudado literalmente na areia da praia.
Parece brincadeira, mas não é. Enquanto os vizinhos disputam quem chega mais perto das nuvens, essa joia arquitetônica abraça o conceito de menos é mais. E olha que o "menos" aqui custa uma pequena fortuna — estamos falando de apartamentos que valem o preço de um bom apartamento em São Paulo.
O luxo do espaço vazio
O arquiteto responsável — que prefere não aparecer mais que sua criação — brinca que o projeto é "um ato de rebeldia contra a gravidade". Cada unidade terá amplos espaços, pé-direito generoso e, claro, aquela vista desimpedida do mar que os moradores de coberturas nos andares 40+ normalmente precisam dividir com pássaros e helicópteros.
- Apenas 8 unidades no total
- Áreas comuns incluindo spa privativo e deque direto na areia
- Tecnologia de ponta em automação e sustentabilidade
Curiosamente, o terreno — um dos últimos com frente direta para o mar — ficou anos esperando um comprador com a carteira e a coragem necessárias para propor algo tão fora da caixa. "Quando me apresentaram o projeto, achei que estavam brincando", confessa um corretor local. "Depois vi os renders e entendi: isso não é um prédio, é uma declaração de amor ao oceano."
O paradoxo catarinense
Balneário Camboriú vive um dilema interessante. De um lado, a fama de "Dubai brasileira" com seus megaprojetos verticais. Do outro, uma crescente demanda por exclusividade e privacidade — justamente o que esse miniprédio oferece. "É para quem quer ostentar sem parecer que está ostentando", filosofa uma possível compradora enquanto saboreia um café na orla.
A prefeitura, por sua vez, comemora: afinal, projetos assim ajudam a diversificar a imagem da cidade. "Nem tudo precisa rasgar o céu para ser especial", reflete um secretário municipal, entre um olhar no projeto e outro na janela — de onde se vê, claro, uma floresta de concreto.
