
O mercado da construção civil no Brasil está passando por uma revolução silenciosa — e ela tem nome, endereço e um visual impecável. As chamadas "boutiques de acabamentos" estão surgindo como cogumelos após a chuva, especialmente em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. E não, não estamos falando daquela loja de materiais de construção tradicional, com pó de cimento no chão e atendentes de macacão.
Luxo, praticidade e… Instagram?
Imagine entrar num espaço onde cada azulejo parece uma obra de arte, os pisos brilham como espelhos e até a argamassa vem em embalagem premium. Essas lojas — que mais parecem galerias de design — estão conquistando arquitetos, decoradores e até o "zé da reforma" que quer impressionar a cliente. (Sim, isso existe.)
O segredo? Focam em três pilares:
- Experiência sensorial: Você pode tocar, sentir e até cheirar os materiais
- Consultoria especializada: Vendedores que parecem designers de interação
- Diferenciação: Produtos que você não encontra em nenhum outro lugar
Por que isso está bombando agora?
Dois fatores principais: a explosão dos programas de reforma na TV e a pandemia, que fez todo mundo olhar para as paredes de casa e pensar "preciso mudar isso urgentemente". Resultado? Um público disposto a pagar mais por qualidade e exclusividade.
E olha só que interessante: enquanto o varejo tradicional sofre, essas boutiques crescem a taxas de dois dígitos. Algumas chegam a faturar 30% a mais por metro quadrado que as lojas convencionais. Quem diria, hein?
O caso do piso que virou celebridade
Um exemplo curioso é o sucesso dos revestimentos com proteção especial — aqueles que prometem durar décadas sem perder o brilho. Virou o queridinho das classes A e B, que não querem reformar a cada cinco anos. E as marcas estão de olho: lançam coleções limitadas como se fossem grifes de moda.
Mas atenção: não é só sobre estética. A funcionalidade pesa tanto quanto o visual. Produtos antialérgicos, antiderrapantes e fáceis de limpar estão dominando as prateleiras (ou melhor, as instalações cenográficas dessas lojas).
E aí, será que essa tendência veio para ficar? Tudo indica que sim — enquanto houver gente disposta a pagar por diferenciação e experiência, essas boutiques continuarão florescendo. Quem sabe a próxima não abre no seu bairro?