Jaguatiricas são atropeladas em rodovias de Flora Rica e Regente Feijó: um alerta para a preservação
Jaguatiricas morrem atropeladas em rodovias de SP

Não é de hoje que as estradas da região se transformam em armadilhas mortais para animais silvestres. Dessa vez, duas jaguatiricas — aqueles felinos de beleza arisca que parecem pinturas vivas da natureza — foram vítimas do asfalto em pontos diferentes. Uma em Flora Rica, outra em Regente Feijó. Coincidência? Infelizmente, não.

O primeiro caso aconteceu na SP-270, perto do km 125. Um motorista, que preferiu não se identificar, contou que viu "um vulto rápido" antes do baque. "Pensei que fosse um cachorro, mas quando parei... Era maior, tinha aquelas manchas redondas. Fiquei mal, sabe?", desabafou. A cena se repetiu dias depois na SP-333, só que desta vez o animal nem chegou a ser visto antes do impacto.

Números que doem

Segundo o último levantamento do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), mais de 475 milhões de animais selvagens morrem atropelados por ano no Brasil. Sim, você leu certo: milhões. E as jaguatiricas, que já enfrentam ameaças como desmatamento e caça, agora têm que lidar com esse risco extra.

  • Velocidade acima do permitido: 78% dos casos
  • Trechos sem sinalização: 62% das ocorrências
  • Período noturno: 57% dos atropelamentos

"A gente fala muito em preservar, mas esquece que preservação começa no cuidado diário", comenta Mara Silva, bióloga local. Ela sugere medidas simples que poderiam fazer diferença: "Redutores de velocidade em áreas críticas, cercas direcionadoras, até mesmo campanhas educativas pra quem trafega nessas estradas".

E agora?

Enquanto isso, os corpos das jaguatiricas foram encaminhados para análise — triste rotina que já virou protocolo. "Cada exame desses é uma aula sobre o que estamos perdendo", diz o veterinário responsável. Resta saber quantas aulas ainda precisaremos assistir antes de agir.

Ah, e se você está pensando "isso é lá problema meu?", talvez valha lembrar: quando a natureza perde, no fim das contas, perdemos todos nós. Até porque, convenhamos, um mundo sem a graça selvagem das jaguatiricas seria bem mais pobre — e não só ecologicamente falando.