Uma cena de tensão entre a fauna silvestre foi registrada no Rio Guaporé, em Rondônia, envolvendo um jacaré e uma área de proteção de tartarugas. O incidente, que chamou a atenção nas redes sociais, ocorreu na manhã do dia 12 de dezembro e colocou em risco tanto os animais protegidos quanto um agente ambiental.
Confronto inesperado durante vistoria
A equipe do Projeto Quelônios do Guaporé realizava vistorias de rotina nas praias de desova quando se deparou com uma situação inesperada. Ao chegar a uma das praias monitoradas, os agentes encontraram um jacaré dentro do cercado de proteção instalado pelo projeto. No local, estavam ovos e filhotes de tartarugas, alvo da ação predatória do réptil.
Durante a tentativa de retirar o animal invasor, a situação se agravou. O jacaré, em um movimento de defesa, avançou contra um dos agentes de proteção que atuava no local. Após uma ação conjunta da equipe, o réptil foi finalmente espantado e conseguiu retornar às águas do rio. Felizmente, ninguém ficou ferido no confronto.
Novo incidente com jacaré deficiente
O caso do dia 12 não foi isolado. Na quarta-feira, 17 de dezembro, a equipe do projeto flagrou uma situação semelhante em outra praia da região. Desta vez, o invasor era um jacaré com apenas três patas. De acordo com os responsáveis pela iniciativa, o animal teria perdido um dos membros, possivelmente após um ataque de piranhas.
Nesse segundo episódio, o réptil foi retirado da área de proteção sem oferecer resistência ou avançar contra os agentes. Os dois incidentes destacam os desafios diários enfrentados pelos projetos de conservação em ambientes naturais, onde a dinâmica entre predadores e presas pode entrar em conflito com os esforços de preservação de espécies específicas.
O trabalho do Projeto Quelônios do Guaporé
O Projeto Quelônios do Guaporé é uma iniciativa liderada pela comunidade ribeirinha, representada pela Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale), presidida por Zeca Lula. O projeto atua na preservação das tartarugas que desovam nas praias do Rio Guaporé.
O trabalho inclui a proteção de ovos e filhotes contra a predação, tanto humana quanto animal. Após um período de monitoramento e cuidado, os quelônios são devolvidos à natureza. A invasão por jacarés, predadores naturais, é um dos riscos que o projeto precisa gerenciar, equilibrando a proteção de uma espécie com o respeito ao ecossistema como um todo.
