Herói do Pantanal: homem enfrenta onça para salvar cães em ataque surpresa
Herói enfrenta onça para salvar cães no Pantanal

Numa cena que parece saída de um filme de aventura, um morador do Pantanal viveu momentos de puro terror ao se deparar com uma onça-pintada em seu próprio quintal. Aconteceu na última quarta-feira (6), por volta das 21h, quando o silêncio da noite pantaneira foi quebrado por rosnados e latidos desesperados.

— Eu nem acreditei no que vi quando olhei pela janela — conta o agricultor José Almeida, de 54 anos, ainda visivelmente abalado. — Aquela figura imponente, com aqueles olhos brilhando no escuro... Meus cachorros estavam encurralados.

Decisão instantânea

Sem pensar duas vezes, José pegou o que tinha à mão — uma vassoura velha — e saiu correndo em direção ao felino. "Na hora, só pensei: 'eles são minha família'", revela. O confronto durou poucos minutos, mas parecia uma eternidade.

A onça, surpresa com a investida humana, recuou momentaneamente. Foi o suficiente para que os cães — um vira-lata chamado Tobi e uma pinscher chamada Nina — conseguissem escapar. Mas o alívio durou pouco.

O contra-ataque

Com movimentos rápidos como um raio, o animal saltou em direção a José, que conseguiu desviar por pouco. "Senti o vento do bicho passando do meu lado", descreve. Na queda, torceu o tornozelo, mas isso não o impediu de continuar a defesa.

  • Os vizinhos acordaram com o barulho
  • Alguns trouxeram lanternas e começaram a bater panelas
  • O barulho finalmente espantou a predadora

— Foi a noite mais longa da minha vida — confessa José, que passou as próximas horas trancado em casa com os cães no colo, ouvindo cada ruído do lado de fora.

Depois da tempestade

No dia seguinte, especialistas do Instituto Homem Pantaneiro encontraram pegadas do animal na propriedade. "É incomum, mas não raro", explica o biólogo Marcos André. "Com as queimadas e o avanço humano, esses encontros estão ficando mais frequentes."

José recebeu atendimento médico e já está se recuperando. Seus cães? "Mais assustados que eu", brinca. Mas todos concordam: foi um verdadeiro milagre ninguém ter se ferido gravemente.

E a moral da história? No Pantanal, a natureza sempre tem a última palavra — e às vezes, até os heróis mais improváveis podem surgir quando menos se espera.