Era uma terça-feira comum em Boa Esperança, Sul de Minas, quando aconteceu algo que ninguém na família de Adélio Augusto de Souza, 61 anos, poderia antecipar. O silêncio do velório foi quebrado por arranhões suaves na porta — e o que se seguiu foi pura magia.
Thor, um vira-lata de estimação da família, havia desaparecido horas antes. Ninguém imaginava onde ele poderia estar. Até que, lá estava ele, no funeral, com as patas doloridas e o olhar perdido. Tinha caminhado nada menos que 12 quilômetros sozinho pelo asfalto quente para encontrar seu humano.
Como Ele Soube?
Essa é a pergunta que até agora ninguém conseguiu responder direito. Seria o faro aguçado? Algum sexto sentido animal? A verdade é que Thor demonstrou uma conexão que vai além do que a ciência explica. "A gente fica sem palavras", contou uma das filhas de Adélio. "Meu pai amava aquele cachorro, e era recíproco."
O animal chegou exausto. Sujas as patas, cansado o corpo, mas determinado o espírito. Chegou e se deitou ao lado do caixão, como quem vigiava o sono do companheiro. Ficou lá, quieto, até o final da cerimônia. Quem viu, não conteve as lágrimas.
Um Vínculo Que a Morte Não Quebra
Adélio faleceu subitamente em casa. Thor estava por perto, como sempre. Mas enquanto a família se organizava para o velório, o cachorro sumiu. Preocupação geral. Só mais tarde veio a surpresa — e a comoção.
"Isso mostra que os animais sentem muito mais do que a gente imagina", refletiu uma moradora local. "Era como se ele precisasse daquela despedida."
Thor foi levado de volta para casa, onde segue sendo cuidado pela família. Mas sua jornada — esses 12 km de pura lealdade — já entraram para a história da cidade. E provavelmente, para o coração de quem ouvir falar disso.
No fim das contas, quem dera todos nós sermos capazes de um amor tão grande quanto o de um cachorro.
