
O tão aguardado júri de Rosana Nogueira da Silva, de 42 anos, foi adiado mais uma vez na última segunda-feira (21). A madrasta está sendo processada pela acusação grave de tentativa de homicídio duplamente qualificada contra os próprios enteados, utilizando chumbinho como arma do crime.
O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro precisou remarcar o julgamento para o dia 2 de dezembro após um pedido formal da defesa. Os advogados de Rosana argumentaram que um dos seus assistentes técnicos não pôde comparecer, tornando impossível prosseguir com o julgamento na data originalmente marcada.
O crime que chocou a família
Os eventos que levaram Rosana ao banco dos réus remontam a agosto de 2021, quando ela teria administrado chumbinho - um produto altamente tóxico - na comida das duas enteadas, então com 11 e 13 anos. As meninas precisaram ser hospitalizadas às pressas após apresentarem fortes sintomas de intoxicação.
As investigações apontaram que Rosana teria colocado o veneno no feijão que seria consumido pelas crianças. O caso veio à tona quando as meninas começaram a passar mal logo após a refeição, despertando a suspeita do pai, que notou o comportamento estranho da mulher.
Longo caminho até o júri
Este não é o primeiro adiamento no processo que já se arrasta há quase quatro anos. A defesa já havia conseguido postergar o julgamento anteriormente, em setembro, alegando questões de saúde da acusada.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) mantém a acusação de que Rosana agiu com dolo direto - ou seja, com plena intenção de matar as enteadas. A promotoria sustenta que a madrasta teria motivação familiar por trás do crime hediondo.
Próximos passos do caso
Com o novo calendário aprovado pelo Tribunal do Júri, a expectativa é que finalmente em dezembro a sociedade tenha acesso a todos os detalhes deste caso que comoveu o Rio de Janeiro. A defesa de Rosana continua trabalhando na preparação de sua ampla defesa, enquanto o MP se diz preparado para apresentar todas as provas coletadas durante as investigações.
O caso serve como alerta para os perigos do chumbinho, produto ilegalmente utilizado como raticida que frequentemente aparece em casos de intoxicação e envenenamento no Brasil.