
Nada de rotina tranquila nesta quinta-feira (7) no Vale do Paraíba. Enquanto muitos tomavam café da manhã, a polícia botava o pé na porta — literalmente — de 15 suspeitos de espancar, ameaçar e aterrorizar mulheres. A operação, que começou antes do sol raiar, varreu cidades como São José dos Campos, Taubaté e Jacareí.
Parece filme de ação, mas é a realidade: 72 mandados judiciais expedidos, entre prisões e buscas. Os alvos? Homens que, segundo as investigações, acham que podem bater em mulher e sair impunes. A delegada responsável — que prefere não se identificar — soltou a frase que resume tudo: "A gente tá de olho, e quem faz vai pagar. Simples assim."
Como a operação rolou
Imagine a cena: 120 policiais divididos em equipes, batendo nas portas antes das 5h. Alguns suspeitos tentaram fugir — sem sucesso. Outros foram pegos dormindo, literalmente com a mão no... celular, onde deixavam ameaças.
- Armas apreendidas: revólveres, facões e até um simulacro
- Provas coletadas: mensagens de WhatsApp com xingamentos e fotos de armas
- Dura realidade: 80% das vítimas tinham medo de denunciar antes
O mais bizarro? Dois dos presos já tinham passagem por agressão. Um deles, incrível mas verdadeiro, estava sob medida protetiva. Não adiantou. Agora, a cadeia espera.
E as mulheres?
Aqui é que dói. Muitas vítimas — a maioria mães solteiras — viviam num inferno particular. "Ele quebrava meus pratos na minha cara", contou uma, sob condição de anonimato. Outra revelou: "Ameaçou me matar se eu fosse na polícia".
Mas tem luz no fim do túnel. A delegacia da mulher da região registrou queda de 40% nas ocorrências desde o começo das investigações. Sinal de que, quando a lei aperta, o crime afrouxa.
E agora? Os presos vão responder por lesão corporal, ameaça e descumprimento de medida protetiva. Se condenados, podem pegar até 8 anos. Pouco? Depende de quem pergunta. Mas pra quem vivia com medo, é um começo.