Policia revela: preço de material de abuso infantil no Amapá era calculado pela idade das vítimas
Idade das vítimas definia preço de abuso infantil no Amapá

Uma investigação da Polícia Civil do Amapá revelou um dos aspectos mais chocantes do comércio ilegal de material de abuso infantil: o preço era estabelecido de acordo com a idade das vítimas. A descoberta faz parte da Operação Resgate, deflagrada nesta quinta-feira (17), que desmantelou uma rede criminosa atuante no estado.

Como funcionava a cruel tabela de preços

De acordo com as investigações, os criminosos utilizavam aplicativos de mensagem para negociar os arquivos de violência sexual contra crianças e adolescentes. O valor cobrado variava significativamente conforme a faixa etária das vítimas, demonstrando uma lucrativa e organizada estrutura criminosa.

"A idade da vítima era o principal fator para determinar o preço do material", explicou o delegado responsável pela operação. A polícia identificou que conteúdos envolvendo crianças mais novas chegavam a custar até cinco vezes mais do que os que mostravam adolescentes.

Operação resulta em prisões e apreensões

Durante as buscas realizadas em Macapá e Santana, dois homens foram presos em flagrante. A polícia apreendeu:

  • Celulares utilizados nas negociações
  • Computadores com arquivos incriminadores
  • HDs externos com grande quantidade de material
  • Anotações sobre as transações financeiras

Perfil dos investigados

Os investigados são homens entre 25 e 35 anos, sem antecedentes criminais relacionados. Eles atuavam de forma organizada, dividindo funções entre captação, armazenamento e distribuição do material ilegal.

Algoritmo das redes sociais foi crucial

A investigação começou após denúncias anônimas e foi impulsionada por ferramentas de inteligência artificial das redes sociais, que detectaram automaticamente a circulação do conteúdo ilegal. A tecnologia identificou padrões suspeitos e encaminhou os relatórios para as autoridades.

"As plataformas digitais têm sido grandes aliadas no combate a esse tipo de crime", destacou o delegado. "Seus algoritmos conseguem identificar e reportar materiais de abuso infantil com precisão cada vez maior."

Penalidades severas para os crimes

Os acusados responderão por posse e divulgação de material de abuso sexual infantil, crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As penas podem chegar a 8 anos de prisão, podendo ser aumentadas em caso de comercialização do conteúdo.

A polícia continua as investigações para identificar possíveis outros integrantes da rede e localizar as vítimas retratadas nos materiais apreendidos.